A seleção portuguesa de atletismo conseguiu hoje duas medalhas, ouro no peso por Auriol Dongmo e prata nos 400 metros por João Coelho, e pontos importantes na luta pela manutenção no Europeu coletivo, integrado nos Jogos Europeus Cracóvia2023.

Dongmo, que lançou a 19,07 metros, conseguiu novo ouro para Portugal e ajudou à causa da manutenção na primeira divisão do campeonato da Europa, integrado no programa de Cracóvia2023, com o único lançamento acima de 19 metros do dia, deixando a alemã Yemisi Ogunleye em segundo, com 18,85, e a sueca Axelina Johansson em terceiro, com 18,32.

Minutos depois, João Coelho fixou novo recorde nacional nos 400 metros, agora em 45,05 segundos, e conseguiu o segundo lugar na prova, e o segundo ‘metal’ para Portugal em Chorzow.

Ficou atrás apenas do norueguês Havard Ingvaldsen, que fez recorde do campeonato com 44,88, e à frente do neerlandês Liemarvin Bonevacia, terceiro, em 45,06.

Contas feitas ao cabo do primeiro dia, Portugal é sexto, com 117,50 pontos, longe do 14.º, 15.º e 16.º lugares que dão direito a despromoção, ainda que tenha tido hoje vários dos ‘garantes’ de bons resultados e marcas.

As expectativas de medalha recaíam também sobre Liliana Cá, mas a atleta do disco não foi além do quarto lugar, com 63,21 metros, a um metro exato do bronze, num concurso dominado pela alemã Kristin Pudenz (66,84).

‘Órfã’ de Pedro Pichardo, depois de o campeão olímpico ficar de fora com uma pubalgia, Tiago Pereira ficou próximo do pódio, também no quarto posto, com 16,32 metros, a seis centímetros do bronze num concurso em que só registou dois saltos válidos e quatro nulos.

“Foi um dia bom, o resultado não transparece o que passou. Tenho tido dificuldades físicas, mas em termos de sensações saio muito satisfeito. Infelizmente, tive dificuldades em acertar bem na tábua e só fiz dois saltos válidos”, afirmou.

Em quinto ficou Mariana Machado, nos 5.000 metros, correndo a distância em 15.33,93 minutos, um resultado condicionado também pelas marcas mais lentas do que o esperado, devido ao ritmo imposto, e que prejudicam na soma de pontos para a tabela coletiva.

“Um quinto lugar é sempre bom, é acima do meio da tabela. Tinha as expectativas um bocadinho mais elevadas. (...) Foi uma prova tática, o que já esperava. A prova discutiu-se no último quilómetro”, explicou, em declarações à Lusa.

Nos 400 metros, foi Cátia Azevedo a competir, ficando em sétima com 51,93 segundos, em prova ganha sem surpresa pela neerlandesa Femke Bol, com recorde dos campeonatos: 49,82 segundos.

A caminho de uma clínica de hemodiálise para começar a exercer enfermagem, depois de acabar de se formar, explicou à Lusa que a prova lhe deixou “um sabor agridoce”, porque queria mais.

“Foi uma prova diferente, com outro tipo de sentimentos pré-competição, responsabilidades acrescidas. (...) Estou muito feliz com esta época”, acrescentou, numa época pensada para ter forma a partir de julho.

Nos 100 metros femininos, Arialis Martinez ficou aquém do esperado, com o sétimo lugar, tendo corrido a distância em 11,33 segundos, com Carlos Nascimento a fazer a mesma distância em 10,38, melhor marca pessoal do ano.

Nascimento foi campeão dos Jogos Europeus em Minsk2019, numa corrida de menor nível do que a de hoje, integrada como está no programa do Europeu de seleções.

Agradável surpresa a de Pedro Buaró, que registou a melhor marca pessoal da carreira no salto com vara, registando 5,65 metros, ainda que longe do pódio.

Mariana Pestana foi 13.ª no martelo, José Carlos Pinto registou o 10.º melhor tempo nos 800 metros e, nos 3.000 metros obstáculos, Etson Barros saiu com o 14.º lugar e uma entorse.

No sábado, Portugal enfrenta o segundo de três dias de competição em Chorzow, a mais de uma hora de viagem de Cracóvia2023, procurando cimentar o estatuto entre a elite do atletismo.

Na Polónia, Portugal conta, para já, com duas medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze.

Os Jogos Europeus Cracóvia2023 que decorrem até 02 de julho em Cracóvia e na região polaca de Malopolska, com 30 modalidades no programa e 48 países participantes, entre eles Portugal, que possui uma delegação com mais de duas centenas de atletas.