
Sem competir há dois anos, Patrícia Mamona está determina a regressar em grande para poder cumprir o principal objetivo nesta fase final de atleta de alta competição: terminar a carreira nos Jogos Olímpicos de 2028.
A atleta o triplo salto, medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020, realizado em 2021, viu adiado o sonho de acabar em Paris devido a uma lesão no joelho esquerdo, contraída e agravada nos Europeus em pista coberta de 2023, em Istambul, onde foi medalha de bronze. A presa de voltar para estar nos Jogos Olímpicos de 2024 arruinou-lhe os planos, pelo que o objetivo agora passa por voltar em grande, sem pressa, para estar em Los Angeles2028.
VÍDEO: Oiça as declarações de Patrícia Mamona
A recuperação, garante, "está a correr bem, ao seu ritmo", mas a data do regresso às pistas ainda é uma incógnita.
"Tive de aprender a respeitar o meu corpo porque uma das razões pela qual cheguei fazer essa cirurgia foi a questão de ter apressado o processo e isto não correu bem. Quero regressar o mais rápido possível às pistas, mas quero regressar bem, não apenas a saltar, mas a saltar bem. Esta época, em princípio, ainda vou estar no resguardo, à procura de recuperar totalmente, de ganhar forma. Mas ainda tenho este grande objetivo, de acabar a minha carreira nos Jogos Olímpicos,", disse a triplista aos jornalistas, à margem da conferência 'Desporto Hoje: Testar os Limites', que decorreu em Lisboa, na quarta-feira.
A atleta de 36 anos vai fazendo "de tudo um pouco, menos triplo salto porque é bastante impactante", para voltar em grande, primeiro nas provas nacionais e depois, quem sabe, em provas internacionais. Sem pressa, sem avançar prazos, Patrícia Mamona quer fazer as coisas a seu tempo, auscultando sempre o seu corpo.
"Os erros do passado, essa coisa de querer apressar o processo, saíram-me caros, e agora estamos a ser cautelosos, a caminhar de forma gradual, sabendo que no treino vou ter indicadores para garantir se vou estar bem ou não para voltar a competir", comentou.
Enquanto recupera, Patrícia Mamona vai preparando também o futuro. Em julho será chefe da missão portuguesa aos Jogos Mundiais Universitários vão decorrer na região alemã de Rhine-Ruhr (16 a 27 de julho), evento onde quer começar a tratar do que poderá ser o seu futuro: "O intuito aqui é transportar, transferir tudo o que aprendi com o atletismo, com o desporto, para os mais novos, para que o caminho deles seja mais fácil que o meu."
A longa carreira "com muitos erros, muitos altos e baixos" , deram-lhe bagagem para poder ajudar os mais novos, principalmente na forma como lidar com lesões. Patrícia garante que uma lesão não tem de ser "um azar", mas antes um momento de aprendizagem, algo que "faz parte da carreira do atleta".
"Tive a felicidade de ter tido uma carreira muito boa, a ponto de chegar ao auge, de estar nuns Jogos Olímpicos, de conseguir uma medalha nos Jogos e nunca tinha tido uma lesão grave. As lesões fazem parte do desporto e saber gerir este tipo de emoções é muito importante [...] O desporto serve para formar bons atletas mas também boas pessoas. Passar por este período, tem sido uma aprendizagem, vai ajudar-me também a passar a minha experiencia para a próxima geração. Passar por isto também é importante para alertar sobre os perigos do desporto, o que não se deve fazer para não se chegar a este tipo de lesões", terminou.
Patrícia Mamona, atual recordista nacional do triplo, com 15,01 metros, soma ainda dois títulos europeus, em 2016 ao ar livre e 2021 ‘indoor’.
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