A marchadora portuguesa Inês Henriques assumiu-se hoje "muito feliz" com o 13.º lugar na estreia da prova de 35 quilómetros em Mundiais de atletismo, enquanto Vitória Oliveira esperava melhor do que o 19.º posto.

“Tenho 55 quilómetros feitos”, afirmou, como que num desabafo, entre risos, a atleta natural de Rio Maior, após concluir a sua 10.ª participação em campeonatos do mundo, com o 13.º lugar nos 35 quilómetros, depois de ter sido 35.ª nos 20.

A antiga recordista do mundo dos 50 quilómetros e campeã mundial em Londres2017 admitiu ter arriscado no andamento.

“Inicialmente, pus ali 4.50 [minutos por quilómetro], achei um bocadinho rápido, mas, como estava bem e apanhei ali o grupinho, arrisquei e fui com elas. Os últimos cinco quilómetros foram um bocadinho difíceis, psicologicamente tem sido algo difícil, depois de três anos tão duros, mas estou muito satisfeita, porque fiz 2:51.12 horas”, explicou.

Inês Henriques terminou a 11.56 minutos da vencedora, a peruana Kimberly García León, que juntou o título desta distância ao dos 20, conquistado na passada segunda-feira.

García León cumpriu as 35 voltas ao circuito urbano nas imediações do estádio Autzen, em Eugene, em 2:39.16 horas, na repetição do pódio da distância mais curta, com a polaca Katarzyna Zdzieblo e a chinesa Shijie Qieyang nas segunda e terceira posições, respetivamente, em 2:40.03 e 2:40.37.

“É assim, passando o que eu passei, está excelente. Estou muito feliz por ter terminado e obrigado a todos os que estiveram ao meu lado nos momentos difíceis, os momentos em que temos glórias, é fácil. Nestes últimos tempos, pouca gente tem estado, agradeço a Rio Maior, que sempre esteve comigo”, referiu a marchadora, de 42 anos.

Vitória Oliveira, apesar de satisfeita com a oportunidade de se estrear em Mundiais, ambicionava uma melhor classificação do que o 19.º posto, em 2:57.37 horas.

“Em primeiro lugar, estou muito feliz por estar aqui. É um privilégio partilhar a seleção com atletas como os que temos cá, como a Ana [Cabecinha], a Inês [Henriques], o João [Vieira], que são um exemplo para mim. Esperava muito mais da minha prova, principalmente em termos de marca. Queria mais, costumo ser uma atleta exigente comigo mesma. Mas estou muito feliz. A envolvência, esta equipa é muito especial, gostei muito. Estou muito feliz”, reconheceu.

A marchadora do Sporting de Braga, de 29 anos, lamentou uma indisposição sentida no início da prova disputada ao início da manhã em Eugene, nos Estados Unidos, nas imediações do estádio Autzen.

“O nervosismo levou-me a vomitar muito cedo o abastecimento, o que me levou a sofrer um bocado na parte final. Ainda assim, estou satisfeita, 19.º no Mundial é muito positivo. Agora, vou focar-me no Europeu, daqui a três semanas. E pronto”, concluiu.

Aos 46 anos, Sandra Silva estreou-se em campeonatos do mundo com a 35.ª posição, e última finalista entre as 41 participantes, com o tempo de 3:17.23 horas, a 38.07 minutos da vencedora, melhorando em dois minutos o seu anterior recorde pessoal (3:19.47).

“Acho que foi uma boa participação. O recorde pessoal já era o meu objetivo. Se calhar podia ter feito um bocadinho melhor, mas, a faltarem quatro quilómetros, deixei de ver o chão, acho que por causa do esforço”, realçou a marchadora de Lourosa, desvalorizando as dificuldades de ter ficado para trás, por estar “habituada a fazer as provas quase sempre sozinha”.