Lorene Bazolo ficou hoje a três centésimos de segundo da qualificação para as meias-finais dos 100 metros dos Mundiais de atletismo, enquanto Arialis Martínez foi mais lenta e também eliminada, deixando a prova do hectómetro sem portuguesas.

A recordista nacional, de 40 anos, cumpriu a sétima série da qualificação em 11,29 segundos, no quarto lugar, fora das posições de apuramento direto, ficando perto da última repescada, que foi a suíça Géraldine Frey (11,26).

“Três centésimos é muito tempo nos 100 metros. Eu sei que estava capaz de muito melhor, mas cometi alguns erros, como ter escorregado na partida, que nos 100 metros são fatais. Estou triste por ter cometido estes erros, porque sei que sem eles conseguiria uma marca muito melhor. Tinha indicadores de que estava bem”, explicou a velocista do Sporting.

Bazolo disputou pela terceira vez os 100 metros em Mundiais, num total de quatro presenças – em Londres2017 disputou apenas os 200 metros – terminando a competição no 26.º lugar.

“Fico triste, mas faz parte do jogo, e tenho de estar contente, porque foi o meu melhor hoje. Nos 200 metros quero estar bem e desfrutar”, referiu a detentora do recorde nacional (11,10 segundos).

A velocista vai ainda disputar as eliminatórias dos 200 metros, na quarta-feira, a partir das 12:05 locais (11:05 em Lisboa), tendo em vista as semifinais, na quinta-feira, e a final, na sexta.

“Para mim, os 200 são uma prova mais fácil, mas também propícios a erros na curva, onde eu sou muito forte, e quero aproveitar. Não quero pensar nisso, porque, se acontecerem, vou ter tempo de os corrigir. Espero que corra melhor”, afirmou a atleta, que tem como melhor marca do ano 11,23.

Arialis Martínez, que tem como recorde pessoal os 11,17 conseguidos já este ano, também não foi além das eliminatórias, ao terminar a sexta série no sétimo posto, em 11,47, e sendo 40.ª na classificação geral.

“A competição não foi boa. Não posso dizer que foi boa ou que estou feliz, não, não foi boa e não foi o resultado que eu esperava. A minha treinadora, Ana Oliveira, e os meus companheiros sabem o que aconteceu, eu estou com uma lesão nas costas há cerca de um mês. Não é uma justificação, mas é o que está a acontecer”, explicou a atleta do Benfica.

A velocista de 28 anos lamentou ter-se ressentido da lesão, mas também uma série de outros azares antes do tiro de partida: “Senti [a lesão] e, poucos minutos antes, fui picada por uma abelha no glúteo. Não é uma justificação, mas não correu bem”.

Martínez estreou-se por Portugal em Mundiais, depois da presença em Pequim ainda como cubana, juntado esse feito ao quinto lugar nos 60 metros dos Europeus em pista coberta Istambul2023 na sua avaliação da temporada.

“Por um lado, posso dizer que estou feliz, porque voltei a esta competição, foram os meus primeiros Mundiais desde Berlim2015 e porque esta época foi muito boa, tendo sido quinta nos Europeus em pista coberta, mas também triste, porque dei o que pude e não foi bom”, resumiu.

No seu regresso a grandes competições, depois de ter acusado o consumo de marijuana num controlo antidoping positivo há dois anos, a norte-americana Sha’Carri Richardson selou o apuramento para as meias-finais com 10,92 segundos, o melhor tempo entre as 56 presentes.

A jamaicana Shelly-Ann Fraser-Pryce, cinco vezes campeã do mundo na distância e que pode igualar o recorde de vitórias numa só prova do varista Sergei Bubka – tal como o polaco Pawel Fajdek, no lançamento do martelo –, dominou a sua série, em 11,01, com o quinto tempo da qualificação.