O pódio do triplo salto feminino dos Europeus de pista coberta decidiu-se por pequenos detalhes, com as três primeiras a ficarem separadas por um centímetro apenas, sendo a portuguesa Patrícia Mamona a melhor.
Uma corrida perfeita e uma chamada 'no limite', a dois centímetros da tábua de chamada, permitiram à portuguesa o título que perseguia há oito anos, ainda para mais com recorde nacional em pista coberta e evidentes 'boas indicações' para os Jogos Olímpicos Tóquio2020.
A experiente atleta, de 32 anos, vinha de um ano marcado por alguns problemas, tendo competido somente duas vezes esta época, antes de Torun (Polónia): uma para ser campeã nacional, em Braga, e outra para confirmar mínimos de forma muito clara, no 'meeting' de Madrid.
Hoje, saltou como nunca, e os 14,53 metros são recorde nacional em pista coberta, superando os 14,44 que a atleta conseguira há dois anos, em Madrid.
"Sinto-me muito satisfeita, devido a muitas situações cheguei a equacionar nem fazer pista coberta, só estava a pensar no ar livre. Houve uma fase em que senti que tinha de provar alguma coisa e comecei a concentrar-me nisso, que tinha de provar a mim própria, apesar de tudo o que fiz, que ainda posso fazer mais", disse, visivelmente emocionada.
Foi por um triz que chegou para o ouro, já que as três atletas no pódio ficaram separadas por um centímetro - a espanhola Ana Peleteiro, campeã há dois anos, foi segunda e fez 14,52 centímetros, a mesma marca da alemã Neele Eckhardt, que perdeu no desempate pelo segundo melhor salto.
"Foi um concurso muito bom. Consegui estar na luta, na liderança, fui vendo elas fazerem os seus saltos, mas confesso que nem queria saber o que faziam. Só estava a saltar para ser a melhor. Eu só sabia que tinha de fazer melhor em cada momento", explicou a atleta.
Mamona conseguiu assim a sua quarta medalha em grandes campeonatos, sempre no triplo: em 2016 foi campeã da Europa absoluta, depois de ter sido ‘prata’ em 2012, e em 2017 foi vice-campeã em pista coberta.
"Felizmente, a competição sorriu para mim! Tenho de agradecer, especialmente, ao meu treinador [José Uva], porque ele esteve sempre lá, a fazer-me acreditar nas minhas capacidades, bem como a algumas pessoas que me conhecem bem e sabem da história toda, que me apoiam a 100%", acrescentou.
O recorde nacional já era uma marca que estava "a buscar há muito tempo" e acontece "numa competição muito forte". "Sem dúvida, esta competição transformou-se numa grande lição de vida. E levo daqui mais determinação para uma época importante na minha carreira", finalizou a atleta, que, pelas 18:30 horas, fez com que se ouvisse pela terceira vez o hino nacional na Arena de Torun.
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