A atleta Clarisse Cruz, que na terça-feira renunciou à participação por Portugal em competições internacionais e admite mudar de nacionalidade, explica hoje que o fez "para continuar com a sua dignidade".
"Eu fiz a minha escolha, não para ganhar a simpatia de quem não simpatiza comigo, mas para continuar com a minha dignidade", escreveu na sua página de Facebook a atleta, 11.ª da final de 3.000 metros obstáculos nos últimos Jogos Olímpicos e que deixou de receber bolsa de preparação para o Rio2016 a partir do início do ano.
Clarisse Cruz, de 35 anos, diz que esta é a "pior decisão da carreira" e reafirma a intenção de não voltar à seleção nacional: "Quero apenas dizer a todos que não o fiz para ter o apoio deste ou daquele, mas sim para pensar no melhor para a minha pessoa, como atleta e como cidadã", defende a atleta.
A atleta recebia uma bolsa de 850 euros mensais pelo resultado de Londres2012, mas, pelas novas regras, definidas no ano passado e que alteraram substancialmente as regras existentes, deixou de ter acesso a qualquer verba de apoio olímpico.
Em vez dessa bolsa, foi-lhe comunicado pela Federação Portuguesa de Atletismo que passaria a receber, em 2014, uma bolsa de Formação Desportiva, de 150 euros.
Clarisse Cruz reclama ainda da FPA outras verbas, relativas a despesas com um estágio em altitude, realizado em maio passado, e ao mês de vencimento não recebido da Câmara Municipal de Ovar, no período do estágio.
A FPA reagiu à decisão pedindo à atleta olímpica que "reconsidere", ao mesmo tempo que refere ter comparticipado em valores relativos àquele estágio e ter informação de que Clarisse Cruz teria abdicado do ordenado naquele mês.
"Não vale a pena responder as alegações feitas pela FPA, pois não respondem a minha principal questão", escreve hoje Clarisse Cruz.
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