O atleta Rui Teixeira, o único português presente nos Mundiais de corta-mato, terminou hoje a prova de seniores no 41.º lugar, longe do vencedor, o ugandês Joshua Cheptegei, mas ainda assim cotando-se como o quarto melhor europeu.
O atleta do Sporting, que admite ter no corta-mato uma motivação especial, passou no final da primeira volta em 90.º lugar, mas a partir daí foi subindo na classificação, terminando os 10 quilómetros em 41.º lugar, com 33.58 minutos, a 2.18 minutos do vencedor, um resultado melhor que a sua estreia, em 2007, quando terminou em 123.º lugar.
Numa prova com 28 atletas nascidos no leste de África nos 29 primeiros classificados, em termos europeus, Rui Teixeira foi quarto, atrás de dois atletas suecos (um deles nascido na Eritreia, Fsiha, 17.º classificado, e Napoleon Solomon, 36.º) e do espanhol Ouassim Oumaiz (que completou hoje 20 anos), 20.º classificado.
Houve grande surpresa no desfecho da prova, com Joshua Cheptegei, do Uganda, a vencer no ‘sprint’ final, desforrando-se da incapacidade de vencer esta competição há dois anos, na sua cidade de Campala, perdendo mesmo o pódio depois de ter andado muito tempo isolado.
Cheptegei impôs-se aos dois principais favoritos, o compatriota Jakob Kiplimo, que ainda não tinha perdido uma prova de corta-mato desde o verão de 2018 e que foi segundo, e o queniano Geoffrey Kamworor, que nos últimos seis anos venceu três títulos mundiais de meia maratona e dois mundiais de corta-mato.
O Uganda, para além de ter obtido a primeira medalha individual absoluta em seniores, também fez história ao obter a primeira medalha coletiva da sua história (e com isso impediu que a Etiópia tivesse vencido coletivamente todas as corridas), com quatro atletas entre os primeiros 10.
Na prova feminina, Helen Obiri, sargento da Força Aérea do Quénia, ‘voou’ ao longo dos cerca de 10 quilómetros da prova, destacando-se apenas nos metros finais das duas atletas etíopes que fizeram a maior parte da corrida atrás de si. No final, apenas dois segundos a separaram de Dera Dida, da Etiópia.
Com este triunfo, a queniana tornou-se a primeira atleta feminina a conquistar os três títulos mundiais num só ciclo: campeã mundial ao ar livre, em pista coberta e corta-mato. Apenas o etíope Kenenisa Bekele, nos homens, conseguiu esse feito na história da modalidade.
Tendo feito uma excelente época de corta-mato, no final da sua prova, Obiri, de 29 anos, afirmou que o segredo do triunfo esteve “na força mental”: “Esta era a minha última oportunidade e não queira desperdiçá-la”, afirmou.
Dida foi segunda e a compatriota Letsenbet Gidey, campeã mundial sub-20 nas duas últimas edições, foi terceira classificada, ambas liderando a Etiópia para um título coletivo, à frente do Quénia e do Uganda.
A primeira europeia foi a dinamarquesa Anna Emillie Moller, para grande satisfação do público. A campeã europeia sub-23 de corta-mato foi 15ª colocada, a 1.37 minutos da vencedora.
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