O atletismo da Rússia registou progressos em matéria de luta contra o doping, mas insuficientes, pelo que vai continuar fora das competições internacionais, segundo decisão, unânime, do conselho diretivo da IAAF.

“Foram feitos progressos, mas continuam a ser insuficientes. Portanto, o conselho diretivo recomendou, por unanimidade, a continuação da suspensão da Rússia (...) até que todas as condições sejam cumpridas”, refere a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF), reunida em Londres.

O relatório é da comissão liderada por Rune Anderson que tem a missão de acompanhar a implementação das medidas que a Rússia tem sido obrigada a tomar para reverter a suspensão da sua federação, decretada em novembro de 2015, e que custou já a sua ausência dos Jogos Olímpicos Rio2016 bem como de europeus e mundiais, como os próximos a decorrer de 04 a 17 de agosto em Londres.

“A nossa impressão é que eles querem cumprir com todos os critérios e que realmente fizeram progressos, mas há ainda questões a resolver”, acrescentou Rune Anderson, convicto de que “é preciso continuar a trabalhar com a Rússia, para se cumprir os últimos critérios”.

Entre entes, destacou a ausência de “controlos significativos e completos” e a não suspensão de treinadores que comprovadamente doparam atletas.

A 27 de junho a agência russa antidoping (Rusada) foi autorizada a fazer novamente controlos, mas é preciso esperar até novembro para que a sua funcionalidade esteja de acordo com os critérios da AMA.

O relatório McLaren, que revelou o escândalo de práticas de doping e ocultação de resultados positivos no país, infrações inclusivamente patrocinadas e promovidas pelo governo, leva as instâncias internacionais a promover um trabalho mais profundo, ao nível das mentalidades.

“Há um longo caminho a percorrer e tentaremos trabalhar com a Rússia para uma mudança desta cultura”, acrescentou.

A IAAF permite a atletas russos competir internacionalmente, desde que possam demonstrar um percurso e métodos de treino antagónicos dos fraudulentos em causa e desde que o seu nome não surja no relatório McLaren.

Reanálises das amostras colhidas no Campeonato Mundial de Pequim em 2015 também são obrigatórias, no caso dos atletas que tenham participado.