Em conferência de imprensa de apresentação da prova, na Sala de Exposições dos Paços do Concelho, na Praça do Município, em Lisboa, a competição entre géneros representa o principal atrativo, com atual vantagem para os homens (sete vitórias contra cinco das mulheres).
Entre os atletas de elite participantes encontram-se Jéssica Augusto, vencedora em 2010 e 2016, ou Dulce Félix, vencedora em 2009, 2013 e 2014, que lideram o setor feminino, enquanto Samuel Barata, vencedor em 2017 e 2021, e João Pereira, vencedor em 2018, se destacam no masculino.
"É bom ver que 38% dos inscritos são mulheres e que seja algo que para os próximos anos continue", declarou Jéssica Augusto, que se mostrou crente sobre a capacidade das várias mulheres que irão disputar a prova entre si e, posteriormente, em duelo direto com os homens para alcançar a vitória e diminuir a desvantagem no número de triunfos conquistados.
"Conto com elas," afiançou, entre risos, a corredora de 41 anos ao lado da igualmente experiente Dulce Félix, que participou em todas as edições da prova, com exceção de 2017, ano em que foi mãe.
A atleta de 40 anos fez saber o seu "orgulho" por participar em mais uma edição e, relativamente à disputa da 'guerra de sexos', a atleta antecipou uma corrida equilibrada e de desfecho imprevisível.
"Quatro minutos é uma boa vantagem, mas os homens estão numa boa forma, o Samuel está numa forma boa, e nós mulheres vamos tentar fazer com que esta vantagem seja boa para nós", referindo-se ao facto de poderem fazer valer o avanço inicial sobre o setor masculino.
O vencedor da edição transata, Samuel Barata, concorda com a ideia de equilíbrio absoluto para o duelo de géneros. "Vai ser difícil, primeiro de tudo, destacar-me na prova masculina, na qual vão estar atletas de nível muito bom e em excelente forma e isso pode ser perigoso para as mulheres, porque o facto de querer ganhar aos adversários faz com que tenha de correr rápido", exprimiu, em jeito de aviso para o setor feminino.
Já João Pereira espera estar no seu melhor e discutir o triunfo na prova masculina, depois de em 2021 ter sido ultrapassado por Samuel Barata. "Nem um pedido de desculpas me fez", acrescentou, de forma bem-disposta, antes de elogiar o colega e o atual nível da competição.
"Sinto que o nível do atletismo português está muito alto e fica complicado. Tenho de apostar numa saída bastante forte e depois confiar numa característica que tenho, que é ser rápido no 'sprint' final", perspetiva o corredor de 26 anos.
Prevê-se, por isso, uma competição de bastante equilíbrio e o organizador da prova, Hugo Miguel Sousa, acentuou esta ideia, recordando que, em 2021, "os três primeiros classificados da corrida masculina bateram o recorde da prova. De outra forma, teria sido impossível vencer as mulheres", assegurou o diretor da HMS Sports.
Por seu turno, Ricardo Ribas, que regressava em 2022 ao contexto de alta competição numa São Silvestre, será o grande ausente da prova por "ordem médica". O atleta assinalou que "esta é a verdadeira São Silvestre", agradecendo ainda tudo o que "a organização fez ao longo dos anos".
Para a sua 15.ª edição, a São Silvestre de Lisboa bateu o seu recorde de inscrições: o número havia baixado, em 2021, das habituais 12.000 para 8.000, para este ano subir novamente de forma exponencial e estabelecer-se no número limite máximo de 12.500.
O recorde de mulheres inscritas voltou a ser batido, passando de 37 para 38% (mais de 4.000 mulheres participantes) e, pela primeira vez, a prova contará com atletas oriundos dos cinco continentes, mais concretamente de 49 nacionalidades diferentes.
Hugo Miguel Sousa mostrou-se muito satisfeito pelos vários recordes estabelecidos, salientando ainda que "não são possíveis mais inscritos por questões logísticas".
A elite feminina partirá pelas 21:25.34, com quatro minutos e 26 segundos de vantagem sobre a masculina, que terá partida marcada para as 21:30, numa prova de 10 quilómetros, com início e meta na Praça dos Restauradores, percorrendo a zona histórica de Lisboa.
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