O velocista norte-americano Justin Gatlin anunciou que se vai retirar, depois de uma carreira marcada pelo ouro olímpico nos 100 metros, vários títulos mundiais e suspensões por 'doping'.

"Eu amava a pista. Deu-me lágrimas de tristeza e alegria, lições que nunca serão esquecidas. A tocha já passou, mas o amor nunca se extinguirá", escreveu o atleta, de 40 anos, numa mensagem na conta da rede social Instagram.

Gatlin esteve ativo durante quase duas décadas, depois de se ter mostrado ao mundo nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004, onde bateu o recorde dos 100 metros aos 9,85 segundos, o segundo tempo mais rápido na história dos Jogos.

No ano seguinte, o norte-americano confirmou o domínio nos 100m e 200m nos Campeonatos Mundiais de Helsínquia.

Em 2006 foi suspenso por 'doping', cinco anos depois de uma primeira vez em 2001, resultante de um teste positivo para anfetaminas.

No recurso, Gatlin citou um historial médico, um distúrbio de défice de atenção diagnosticado durante a infância, que o obrigava a tomar estas substâncias.

O segundo teste positivo, no auge da fama, deixou evidentes níveis excessivos de testosterona no corpo do atleta, que recebeu uma suspensão de oito anos, reduzida a quatro anos no recurso.

Gatlin, autorizado a correr novamente em 2010, ganhou bronze nos 100m nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, depois prata nos Campeonatos Mundiais de 2013 e 2015, bem como nos Jogos Olímpicos de 2016.

Também ganhou prata nos 200m no Campeonato do Mundo de 2015 e nos estafetas 4x100m em 2013, 2015 e 2017. Neste último ano, sagrou-se campeão mundial dos 100m pela segunda vez, aos 35 anos.

Depois de voltar a conquistar o ouro nas estafetas 4x100m no Campeonato Mundial de Doha de 2019, sonhou em terminar a carreira nos Jogos Olímpicos de Tóquio no ano passado, mas uma lesão no tendão impediu-o de participar nas provas de seleção.