Isaac Nader, vencedor dos 3.000 metros da Superliga europeia de atletismo, em Chorzow, admitiu no último domingo que foi um triunfo que "deu muito trabalho" e que se tratou de uma "corrida muito tática".

“Tal como aconteceu nos 1.500 metros [que correu sábado], esta prova foi muito tática. Sabia que, a faltar perto de 1.000 metros para o fim, ‘começaria’ a corrida, poupei-me um pouco no início, para não me desgastar — felizmente, hoje deu para ganhar e dar o máximo de pontos para a equipa”, disse no final Nader, único a contribuir ontem com sete pontos para a seleção lusa.

“Nos 1.500 metros não correu tão bem, apesar de acabar forte, mas hoje  [domingo] consegui ganhar, que era o objetivo principal”, acrescentou.

Nader, depois de liderar na parte inicial, esperou pela última volta para atacar e, a 250 metros do fim, acreditou no triunfo e partiu para a liderança, terminando a prova no primeiro lugar, surpreendendo todos os adversários.

“A faltar 400 metros, estava dentro da corrida, e nos 250 metros senti que era minha, tinha a certeza disso, sabia que estava bem e fresco”, explicou.

Nos 1.500 metros femininos, Salomé Afonso foi segunda e surpreendeu várias atletas com maior palmarés. A portuguesa, que na véspera tinha feito um recorde pessoal nos 800 metros, disse estar num “momento muito feliz na vida”.

“Tendo em conta que estou num novo percurso, que tenho um novo treinador, o Rui Silva, fico muito feliz por conseguir refletir todo o trabalho desenvolvido nos últimos tempos, nestas duas provas. Ontem [sábado], o recorde pessoal foi um grande presente e hoje, sendo uma corrida tática, senti-me muito bem e pude corresponder à exigência”, explicou.

“Estas corridas são muito táticas, são frustrantes por um lado, mas também emocionantes. As marcas podem não significar muito, tudo pode acontecer, mas como senti estar muito bem decidi no momento atacar e conseguir o melhor resultado, que me deixa muito orgulhosa”, adiantou.

Inesperadamente no segundo lugar, por ser favorita absoluta, ficou Auriol Dongmo, no lançamento do peso, perdendo por um centímetro para a alemã Sara Gambetta (18,75 metros).

“Às vezes acontece… Esta competição foi muito difícil para mim, não por causa do frio, mas em termos de concentração não foi igual ao que é normal. O segundo lugar também não é mau, não vou colocá-lo no lixo”, disse no final a lançadora, que é líder mundial do ano da especialidade.