
O djibutiense Abdi Waiss fez “a primeira meia-maratona” da sua vida e conquistou logo a vitória, na 34.ª edição da prova de Lisboa, enquanto a etíope Tsigie Gebreselama mostrou-se hoje satisfeita por ter batido o recorde pessoal.
Abdi Waiss cumpriu os 21,0975 quilómetros em 59.44 minutos, a 3:03 do atual recorde do mundo, com o queniano Shadrack Kipkemei em segundo, em 59.49, e o djibutiense Mohamed Ismail a completar o pódio masculino logo de imediato, em 59.54 minutos.
“Sinto-me muito, muito bem e estou satisfeito com a minha preparação para a meia-maratona. Esta é a primeira meia-maratona da minha vida, ganhei e com bom tempo. Estou muito feliz”, salientou à Lusa Abdi Waiss, especialista nos 1.500 e 5.000 metros.
A chuva deu ‘tréguas’ durante a manhã de domingo, permitindo aos mais de 40.000 inscritos na Meia Maratona de Lisboa efetuarem a prova com condições climatéricas boas, embora algum vento tenha condicionado um pouco durante alguns quilómetros.
Já na prova feminina, Tsigie Gebreselama completou o percurso entre a Cruz Quebrada e Belém em 01:04.21 horas, batendo o recorde da prova, cifrado em 01:05.30, seguida da queniana Ruth Chepngetich, em 01:06.20, e da sueca Abeba Aregawi, em 01:06.36.
“O percurso foi bom, mas no início esteve um pouco ventoso. Fiz o recorde pessoal e bati o recorde da prova, portanto estou feliz. Foi um pouco difícil, mas dei o melhor e consegui atingir esses recordes”, expressou à Lusa Tsigie Gebreselama, que assegurou ainda tentar bater o recorde mundial nos 5.000 metros e o recorde pessoal em 10.000.
Em relação aos atletas portugueses, Samuel Barata e Susana Santos sagraram-se hoje campeões nacionais da meia-maratona, com o atleta do Benfica a concluir o percurso em nono lugar, em 01:01.10 horas, com Luís Oliveira e Rafael Lopes a ‘fechar’ o pódio.
“Acho que foi a prova mais competente que eu fiz, de sempre. Eu tentei ao máximo ir com os africanos, mas infelizmente aos 12 ou 13 quilómetros houve um ataque forte e já não consegui ir mais. Fui o melhor português, ser campeão nacional deixa-me muito contente. Estou a correr em casa, aqui é onde eu treino e tive um apoio muito forte de muitas pessoas do Jamor. Foi uma manhã espetacular e o tempo ajudou. É incrível ver tanta gente a praticar desporto”, frisou à agência Lusa o atleta olímpico Samuel Barata.
A corredora do Recreio Desportivo de Águeda venceu o campeonato nacional feminino ao terminar esta prova na 12.ª posição da classificação geral, em 01:12.39 horas, tendo Mónica Silva e Carla Martinho concluído no segundo e terceiro lugares a nível nacional.
“Já no aquecimento senti uma ‘fuga’ e passou-me para a corrida. Eu fui sempre a gerir, para conseguir pelo menos ser campeã nacional e ter uma marca razoável. O objetivo foi cumprido. Claro que senti que, se não tivesse esta condicionante, eu conseguiria ter corrido mais rápido, pois dificultou-me durante a corrida. Esperava uma marca melhor, mas saio na mesma satisfeita. Agora, é continuar a trabalhar”, revelou à Lusa a atleta.
Samuel Barata e Susana Santos apontaram ‘baterias’ para o Campeonato do Mundo de setembro, em Tóquio, onde pretendem estar na maratona, com a corredora a lembrar ainda o Campeonato da Europa de estrada em abril, para participar na meia-maratona.
A 34.ª edição da Meia Maratona de Lisboa de 2025 contou com atletas de 120 países diferentes e mais de 40.000 inscritos nos diversos eventos que compuseram o fim de semana, entre os quais mais de 16.000 estrangeiros, segundo dados da organização.
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