Durante três dias, Angola reúne, a partir desta sexta-feira, a 'nata' do basquetebol africano a nível de clubes com o propósito único de lutar pelo título da primeira edição da AfroLiga, numa altura em que o anfitrião 1.º de Agosto se apresenta "sedento", face à perda recente da maior competição angolana.

Quatro equipas de referência, de duas zonas do continente, terão a difícil e inevitável tarefa de rivalizar no pavilhão Multiusos do Kilamba, em Luanda, procurando materializar o objectivo que as coloca nessa condição, no único torneio a ser disputado nestes moldes no historial da FIBA-África.

As formações do 1.º de Agosto, representante de Angola (África subsariana), do Smouha Sporting Clube do Egipto, AS Salé de Marrocos e JS Kairouan da Tunísia (Norte de África) certamente estão cientes das responsabilidades que pesam sobre si e das dificuldades a encontrar, pelo que terão de se empenhar para, em apenas dois jogos, garantirem o tão almejado título africano da edição 2018/2019 da Liga dos Clubes Campeões em Basquetebol masculino, prova que a partir do próximo ano ganha outro formato e, consequente, nova denominação.

Experiência, determinação, inteligência e perspicácia podem constituir factores chave a serem aliados à capacidade técnica dos atletas das quatro equipas, em tão curto período de adversidade entre ambas (de 24 a 26), numa prova em que apenas a vitória interessa.

Se por um lado a realização do torneio, também denominado final-four, na capital do país serve de regozijo para os “agostinos”, visando à conquista do ceptro ante o seu público, por outro pode-se considerar motivo de reflexão sobre aquilo que será o desfecho da equipa angolana, cujo estado actual, sobretudo anímico, “impõe” a necessidade de maior concentração, qualidade, entrosamento e acutilância.

A situação dos “militares” afigura-se mais premente em relação às últimas edições da Liga africana, pois em tempos idos as suas oito consagrações ocorreram em ambientes diferentes as dificuldades que se impõem agora, face ao então método de disputa e o seu acentuado domínio na época, comparativamente aos representantes do “magrebe”.

Armando Costa, Eduardo Mingas, Emanuel Quezada e Felizardo Ambrósio, dos mais habituados a competições do género, têm responsabilidades acrescidas no grupo às ordens de Paulo Macedo, pois os adeptos terão os olhos postos sobre si, na perspectiva de darem continuidade às conquistas na presente época, durante a qual venceram a Taça de Angola e perderam o Campeonato Nacional.

O desafio é tão patente para ambos os conjuntos, que nem o domínio do 1.º de Agosto no ranking continental (8 troféus) e o estatuto de campeã africano em título do AS Salé do Marrocos (1 troféu) lhes permite descurar a presença dos egípcios do Samouha e os tunisinos do JS Kairouan, que não têm qualquer taça nas suas galerias.

Mas a árdua missão “agostina” não se resumirá aos atletas mais experientes acima citados, pois o seu plantel tem jogadores que despontam no campeonato nacional, e não só, como Hermenegildo Santos, Islando Manue, Edson Ndoniema, Malick Cissé e Carlos Cabral, “obrigados” a acrescer algo que enriqueça na materialização do “projecto AfroLiga” idealizado pela direcção do clube.

Até domingo (26) o basquetebol africano de clube vai dominar o dia-a-dia dos luandenses e visitantes aficionados da modalidade. A estreia dos anfitriões (1º de Agosto) no torneio acontece diante do Smouha, sexta-feira (24), e caso vença disputa a final, dois dias depois, com o vencedor da outra meia-final entre o AS Salé e o JS Kairouan.

Com capacidade para 12.750 espectadores, o Pavilhão Multiusos do Kilamba albergou pela primeira vez uma fase final da Liga dos Clubes Campeões Africanos em Basquetebol masculino em 2015, mas nos moldes anterior, em que 12 equipas divididas em dois grupos de seis disputavam o troféu, tendo sido campeão o Petro de Luanda.