O ex-internacional angolano José Carlos Guimarães considerou desagradável e grave o atual estado do dirigismo no basquetebol do país, sugerindo a intervenção de órgãos do Estado no sentido de conferir maior seriedade à modalidade.
José Carlos Guimarães teceu estas considerações à Angop, na noite de quinta-feira, à margem de uma conferência de imprensa tendente a esclarecimentos sobre o recurso interposto pela lista A às eleições na federação de basquetebol, durante a qual se evocaram, entre outros, problemas alegadamente ligados à má gestão financeira do elenco diretivo da FAB.
O processo eleitoral na federação atravessa um imbróglio resultante da inviabilização da lista A, liderada por Helder Cruz, por propor o nome de Carlos Almeida, deputado à Assembleia Nacional, para presidente da mesa da assembleia-geral, situação que tem dividido a classe basquetebolística.
Convidado a comentar sobre o assunto, o antigo extremo do Sporting de Luanda e do Benfica de Lisboa referiu que o dirigismo nessa modalidade tem estado a tomar contornos bastante negativos, de um tempo a esta parte, e afirmou estar surpreendido pela gravidade das coisas.
Sugeriu a criação de uma comissão de gestão para dirigir os destinos do basquetebol no país, na medida em que os órgãos de direito devem acompanhar os factos, apurar queixas alegadas a desvio de fundos e encontrar eventuais culpados no sentido de responsabilizá-los, para o bem do desporto angolano, em particular da "bola ao cesto".
Na sua opinião, aqueles que não transmitem confiança e vontade de dar o melhor em prol do basquetebol devem deixar a classe.
Campeão nacional por duas vezes pelo Sporting de Luanda e africano pela seleção angolana, também dois títulos, José Carlos Guimarães conquistou ainda campeonatos, taças e supertaças de Portugal ao serviço de Benfica e FC Porto, tendo ainda sido selecionador angolano sénior masculino e das camadas jovens.
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