A direcção do Rosariense Clube da Ribeira Grande vai acabar com o basquetebol no clube, desagradada com a exclusão do representante de Santo Antão do campeonato nacional da modalidade, na ilha da Boa Vista.
“Não contem mais com este clube para alavancar o basquetebol desta ilha e deste país”, refere um comunicado hoje divulgado pelo Rosariense, no qual a direcção do clube que diz suspeitar que outras razões estejam, de facto, na origem da exclusão dos representantes da ilha.
No comunicado, o Rosariense diz acreditar que “dificuldades em colocar todas as equipas na ilha da Boa Vista, devido a problemas com a companhia aérea Binter” sejam as reais razões da exclusão já que, explica, “cada região iria ter duas equipas, num mínimo de 15 pessoas cada, e excluir 15 pessoas de Santo Antão já ajuda e muito”.
O Rosariense assume que há trabalho feito a nível do basquetebol na ilha de Santo Antão e prova-o com o facto de, no último campeonato, ter ficado em terceiro lugar nos dois escalões em que participou além de dois jovens sub-18, saídos do basquetebol de Santo Antão, estarem em grandes equipas internacionais.
Isso acontece, adianta o Rosariense, “devido ao empenho e à dedicação dos amantes desta modalidade”, que hoje “se sentem completamente desmotivados com esta decisão mesquinha da nossa FCBB”.
“Se os treinadores estão desmotivadíssimos, pior ainda estarão os miúdos que tanto se esforçam”, continua o comunicado concluindo que “não é com estas decisões unilaterais e completamente injustas e infundadas que vão unir a família do basquetebol nacional”.
O Rosariense acusa a direcção da Federação Cabo-verdiana de Basquetebol (FCBB) de não cumprir promessas feitas em período eleitoral e de nunca ter feito chegar “a verba necessária e em tempo útil para organizar o campeonato regional” e essa será a principal razão dos problemas organizativos em Santo Antão.
“A FCBB que excluiu Santo Antão, por má organização, é a mesma que enviou no dia 24 de Maio último (há menos de 1 mês), um valor para a conta de um condutor de hiace, para que pudéssemos deslocar entre concelhos a fim de realizarmos jogos”, lê-se no comunicado divulgado pelo Rosariense que chama a atenção para o facto de Santo Antão ser “a ilha em que os clubes filiados na Associação estão mais distantes uns dos outros, o que implica um gasto de, no mínimo, 10 mil escudos por jogo”.
Segundo o documento do Rosariense, já o campeonato regional da época 2017 “foi organizado sem verbas” e chegaram a saber que “o presidente da Associação retirou todas as despesas do seu bolso” para que a ilha tivesse representante no nacional em que o Rosariense ficou no terceiro lugar e isso, entendem os dirigentes do clube de Nossa Senhora do Rosário, era “mais um motivo para não nos terem abandonado como abandonaram”.
Sem verbas para a realização da prova, escreve a direcção do Rosariense, o presidente da Associação Regional tinha desistido de continuar “porque viu os mesmos problemas a repetirem-se e a FCBB a deixar tudo com estava, ou seja, sem verbas”, mesmo depois de uma visita de um dirigente federativo à ilha.
“Pedimos ao presidente que aguentasse, pelo menos, até o final deste campeonato, não por nós, mas pelos miúdos”, diz o documento acrescentando que não acham justo que esses miúdos sejam prejudicados por conta da “incompetência dos agentes desportivos nacionais e regionais”.
“Esses miúdos deviam ser o foco da nossa FCBB e não são”, conclui o Rosariense.
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