A equipa sénior feminina da União Sportiva, da primeira divisão de basquetebol, está em isolamento desde domingo num hotel em Lisboa e impedida de regressar aos Açores, depois de ter sido detetado um caso positivo ao novo coronavírus.

O caso positivo foi identificado quatro horas antes do jogo com o Benfica e a jogadora acabou por não participar no encontro, mas o plantel viu-se obrigado a completar a quarentena antes de voltar à região.

Como consequência da estada prolongada, o presidente do clube, André Amaral, em declarações à agência Lusa, prevê um “impacto enormíssimo” na situação financeira da equipa.

“É um impacto enormíssimo nas contas do clube. Estamos a falar em valores superiores a 10 mil euros só para a estada, fora tudo o resto, como as refeições. Normalmente, ficam duas atletas por quarto, nesse caso, com confinamento, tem de ser uma atleta por quarto”, afirmou o dirigente.

Neste momento, estão 12 elementos da equipa em confinamento em Lisboa, sendo um deles o treinador, Ricardo Botelho.

Além do caso positivo, houve dois testes com resultado inclusivo, tendo as jogadoras já feito, entretanto, o segundo teste, cujos resultados ainda não são conhecidos.

Com as normas atualmente em vigor, para entrar nos Açores é necessário a apresentação de um teste negativo ao novo coronavírus, realizado até 72 horas antes do voo.

Uma vez que o plantel não iria ficar mais do que 72 horas fora da região, o clube procurou fazer os testes nos Açores, mas as entidades de saúde obrigaram a que os testes fossem feitos no destino de origem, em Lisboa.

“Marcámos os testes para quinta-feira antes da viagem, para já termos tudo pronto para apresentar no embarque em Lisboa. A delegação de saúde cancelou os testes dizendo que isso ia contra o propósito da medida e obrigaram-nos a fazer o teste em Lisboa”, apontou.

O presidente do União Sportiva considera que o Governo Regional (que termina hoje funções, após a tomada de posse de José Manuel Bolieiro como novo líder do executivo) esteve “muito mal” em impedir o clube de realizar os testes nos Açores.

Segundo André Amaral, se o teste tivesse sido realizado previamente na região, o clube “ganhava outra margem de manobra”.

“Tomávamos outras decisões: ou a atleta não ia, ou não viajava ninguém, agora assim é que os custos são incomportáveis”, afirma.

Para evitar que a situação se repita, o presidente do clube promoveu uma reunião entre os dirigentes dos clubes regionais que participam em provas nacionais, na qual foi defendida a realização de testes regulares aos atletas, em substituição do teste negativo para entrar na região.

“Uma das medidas que acordámos foi propor que os testes sejam feitos cá e sejam feitos semanalmente e, quando uma equipa fizer uma viagem, aquando do regresso, fazer uma segunda bateria de exames”, defende.

Até ao momento, foram detetados na região 816 casos de infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19.

Há atualmente 394 casos recuperados e 328 casos positivos ativos, dos quais 257 na ilha de São Miguel, 66 na ilha Terceira, dois na ilha de São Jorge e três na ilha do Faial.

Desde o começo da pandemia morreram 16 pessoas na região com covid-19, todas em São Miguel.