António Carvalho e Luís Fernandes eram hoje dois dos ciclistas mais felizes do pelotão da Volta ao Algarve, por levarem ao peito o símbolo dos seus clubes do coração, no regresso de FC Porto e Sporting à estrada.
“Certamente que, quando for dada a partida, será um enorme gosto, tal como já é agora, representar estas cores, este símbolo”, reconheceu Carvalho à agência Lusa, em Lagos, antes de rumar para a primeira etapa da nova vida dos ‘dragões’, 31 anos depois de terem estado pela última vez no pelotão nacional.
O ciclista da W52-FC Porto, um dos grandes talentos da nova geração lusa e um ‘doente’ pelo clube portista, sabe que levar as riscas azuis e brancas no equipamento lhe confere (e aos seus colegas) responsabilidade extra.
“Temos milhares e milhares de adeptos a torcer por nós, mas também a exigir não só vitórias, mas o nosso maior esforço. Iremos trabalhar para isto. Desde que consigamos mostrar que lutámos e lutámos, eles irão ficar contentes”, defendeu.
Carvalho nunca pensou que o FC Porto regressasse à estrada, mas cresceu a sonhar com a hipótese de um dia poder representar o clube que o faz vibrar.
“Acho muito importante [regresso dos grandes] para o ciclismo português, porque precisa de ser alavancado, já que estava um bocado ‘morto’. Acho que a vinda do Sporting, do FC Porto e o possível regresso do Benfica será bom para todos os ciclistas portugueses, não só em termos financeiros, mas para ter uma maior projeção”, concluiu.
Ao contrário do emocionado amigo da W52-FC Porto, Luís Fernandes era o espelho do nervosismo. Sportinguista convicto, o corredor, que nasceu no último ano do seu clube integrou o pelotão nacional (1987) teve dificuldades em expressar tudo o que lhe ia na alma. “Pfff... isto é um sonho. Um sonho que pensava que ia ser impossível, mas foi concretizado”, disse à Lusa.
O ciclista do Seixal nunca tinha pensado que seria possível correr com as cores do seu clube do coração e ainda para mais em representação de “uma equipa como o Tavira”. “É um espetáculo”, disparou, visivelmente feliz, sem saber explicar o que sente ao ver-se de ‘verde e branco’.
Curiosamente, Luís Fernandes passou as últimas três épocas nas variantes da W52, a ‘parceira’ dos ‘dragões’ no regresso à estrada, pelo que a saída da equipa de Sobrado acabou por ser um mal que veio por bem.
“Isto é trabalho, mas poder correr pelo Sporting é melhor do que por uma equipa rival”, assumiu, indicando que a aliança entre o Tavira, com quem já tinha um pré-acordo, e os ‘leões’ foi a “cereja no topo do bolo”.
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