O espanhol Alberto Gallego, suspenso provisoriamente pela União Ciclista Internacional e despedido pela Caja Rural devido a um positivo por estanozolol, alegou hoje ser vítima de uma contaminação dos suplementos alimentares que ingeriu.

“Nunca tomei estanozolol. Aliás, depois de preguntar aos médicos, uma vez que não sabia nem de que tipo de substância se tratava, comprovei que o estanozolol é um produto muito mais próprio de um culturista do que de um ciclista profissional e, além disso, é um produto que deixa sempre rasto no organismo durante muitas semanas. No meu caso, é ilógico pensar que posso ter utilizado esse produto para melhorar o meu rendimento”, defende o jovem de 25 anos numa carta enviada às redações.

Gallego alega que, depois de verificar todos os suplementos alimentares que usou nos últimos anos, confirmou que nenhum tem o anabolizante detetado, pelo que só resta a hipótese de ter sido vítima de uma contaminação.

“Com essa ideia, vou solicitar a contra-análise da amostra B de urina e ao mesmo tempo vou lutar para que analisem todos os aminoácidos, hidratos e proteínas que tomei nos últimos meses para encontrarem a origem do estanozolol, uma vez que em algum deles deve estar a contaminação que agora pôs em causa a minha carreira desportiva. Para mim, é óbvio que se não o fiz conscientemente e se não está nas etiquetas, sou uma vítima”, explicou.

O corredor, que no passado representou a Rádio Popular-Boavista, entende que neste momento sejam muitos os que não acreditam na sua inocência e, por isso, oferece-se “voluntariamente” à Agência Espanhola Antidopagem para que o submeta a qualquer teste necessário, assim como aos suplementos que ingeriu.

“O objetivo da Agência e do resto das instituições é castigar os batoteiros, mas também é ajudar os corredores que não têm muitos meios económicos e que nunca usaram substâncias dopantes”, completou.