O secretário de Estado do Desporto e Juventude, Alexandre Mestre, classificou hoje o caso Armstrong como «uma farsa» e «um condenável atentado à ética desportiva», prometendo fazer tudo o que puder para evitar a repetição de episódios semelhantes.

«O percurso de Armstrong, que o próprio agora confessou, foi uma farsa, uma mácula para o desporto, um condenável atentado à ética desportiva», acentuou o secretário de Estado do Desporto, em declarações à agência Lusa, ao comentar a confissão do ciclista norte-americano no programa de Oprah Winfrey, emitido quinta-feira nos Estados Unidos. .

Alexandre Mestre prometeu fazer tudo o que estiver ao seu alcance para, na qualidade de representante da União Europeia na Agência Mundial Antidopagem (AMA), evitar casos semelhantes.

«No seio da Agência Mundial Antidopagem tudo farei para, em nome da União Europeia, preservar o desporto de episódios como o de Armstrong», assegurou o secretário de Estado do Desporto.

Para este membro do Governo, «o desporto tem de ser vivido no respeito por princípios, regras e valores e todos os atletas devem respeitar não só a modalidade que desempenham como também os espetadores e os agentes dessa modalidade».

«É fundamental que a verdade desportiva prevaleça e que o recurso a substâncias e a métodos interditos seja combatido sem tréguas. Tal como dizia Juan Antonio Samaranch, a dopagem é o maior cancro do desporto, e é nessa lógica que nos movemos», sublinhou.

O secretário de Estado recordou que, no âmbito interno, o governo já reviu a legislação para colocar o desporto nacional «em conformidade com o Código Mundial Antidopagem» e contribuir para «uma luta mundialmente harmonizada contra o flagelo da dopagem».

Neste contexto, prometeu trabalhar para evitar casos como o de Armstrong, embora salientando que «não são casos mais ou menos isolados – na dopagem, na manipulação de resultados, na corrupção, na violência ou noutras situações negativas – que desvirtuam a beleza e a grandeza do desporto».

Lance Armstrong venceu sete edições consecutivas da Volta a França, a principal competição de ciclismo do mundo, entre 1999 e 2005, que acabaram por ser-lhe retiradas pela União Ciclista Internacional (UCI), na sequência de um inquérito da Agência Antidopagem dos Estados Unidos (USADA).

As conclusões apontavam para o recurso de doping, que sempre negara, ao longo de quase toda a carreira e, por isso, o seu palmarés desde 1 de agosto de 1998 foi "apagado", sendo que na quinta-feira, o Comité Olímpico Internacional (COI) também exigiu a Armstrong a devolução do bronze conquistado em 2000.