O antigo médico da Sky e da federação britânica de ciclismo Richard Freeman foi hoje suspenso por quatro anos, depois de ter sido acusado de posse de testerona para fins de dopagem, anunciou a Agência Antidopagem Britânica (UKAD).
Freeman, que tinha sido suspenso preventivamente em dezembro de 2020, fica impedido de qualquer atividade profissional relacionada com o desporto até dezembro de 2024.
O ex-médico da equipa Sky foi acusado pela UKAD de posse de testosterona e de falsificar elementos de prova de antidopagem.
A sentença "confirma que Richard Freeman infringiu as regras antidopagem do Reino Unido", explica a UKAD, que acrescenta que "as regras são feitas para garantir que todos contribuam para manter limpo o desporto e para que todos os atletas estejam em igualdade de condições".
Em 12 de março de 2021, o antigo médico tinha sido considerado culpado de ter encomendado testosterona “sabendo ou acreditando” que aquela substância proibida seria usada por um ciclista para dopar-se.
“Considerando a totalidade dos elementos de prova, o tribunal determinou que o Dr. Freeman encomendou e obteve o Testogel sabendo ou acreditando que seria administrado a um atleta para melhorar a sua performance desportiva”, declarou o presidente do Tribunal britânico dos profissionais médicos, Neil Dalton.
Esta sentença culminava uma investigação relativa à encomenda de 30 saquetas de Testogel para o velódromo de Manchester em 2011, numa altura em que Richard Freeman era o médico responsável na federação britânica.
O médico reconheceu ter encomendado a substância, cuja componente principal é a testosterona, mas negou sempre tê-la comprado para administrá-la a um corredor, dizendo que esta era destinada a tratar problemas de disfunção erétil do diretor técnico da federação Shane Sutton, algo que o próprio negou.
Freeman, que trabalhou simultaneamente para a equipa Sky (atual INEOS) e para a British Cycling entre 2009 e 2015, foi suspenso pela federação em 2017 e demitiu-se alegando estar “demasiado doente” para enfrentar um castigo disciplinar por manter registos médicos irregulares.
Esta não é, no entanto, a única polémica relacionada com doping em que o médico esteve envolvido: em 2017, Freeman negou qualquer prática ilegal na Sky, reportando-se à entrega de um misterioso pacote a Bradley Wiggins, vencedor da Volta a França de 2012, no Critério do Dauphiné do ano anterior.
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