A Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) recebeu, até ao momento, uma candidatura para a concessão dos direitos de exploração da Volta a Portugal entre 2018 e 2025, revelou hoje Delmino Pereira à Agência Lusa.
“Neste momento, recebemos uma candidatura, que nos foi apresentada ontem (quinta-feira). É possível que possam ter chegado mais pelo correio, mas hoje não tínhamos nenhum diretor na sede da FPC [em Lisboa], pelo que só na segunda ou na terça-feira é que poderemos confirmar se haverá mais candidatos ou não”, esclareceu o presidente da FPC à Lusa.
Hoje terminava o prazo para a apresentação de candidaturas para a concessão dos direitos de exploração da Volta a Portugal por oito anos, sendo expectável que o novo organizador seja conhecido até 30 de abril.
Na lista de encargos para a concessão da organização da Volta a Portugal por um período de oito anos, a partir de 2018, a FPC apresenta uma cláusula, incluída na “Reserva de Direitos”, que permite à entidade “impedir a participação de equipas na Volta a Portugal que não representem os valores do ‘novo ciclismo’”, ou seja, um ciclismo de “fomento e desenvolvimento, cada vez mais internacional, irrepreensível ao nível da ética desportiva”.
O concurso estipula que os interessados em adquirir os direitos da prova rainha do calendário nacional terão de pagar, anualmente, 450.000 euros (atualização anual indexada à inflação) à FPC, sendo obrigatória a apresentação de garantia financeira de montante igual a metade do preço anual, e que, para além da Volta a Portugal, terão de organizar a Volta a Portugal do Futuro e outra prova internacional de categoria igual ou superior a 2.2 da União Ciclista Internacional.
Na escolha do organizador, a entidade que tutela o ciclismo nacional vai privilegiar “um programa desportivo que seja capaz de estimular as equipas internacionais a participarem e ao mesmo tempo defenda os interesses das equipas e dos ciclistas nacionais”.
Assim, serão fatores preferenciais de seleção o enquadramento internacional da Volta numa lógica desportiva do ‘novo ciclismo’, a defesa do interesse e desenvolvimento do ciclismo nacional das equipas e dos ciclistas nacionais e a postura irrepreensível e colaboradora na luta antidoping, que inclui a imposição junto das equipas nacionais e ‘staff’ organizativo de regras de exclusão de elementos com postura pública e histórico de permissividade face ao doping e à fraude desportiva.
Considerar a tradição da Volta a Portugal, defender uma lógica de cobertura territorial e promover o ‘fair play’ e desportivismo são os outros vetores de seleção do projeto desportivo.
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