O ex-presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, Artur Lopes, considerou hoje que a confissão de Lance Armstrong «acabou com um mito», mas assegurou que a modalidade conseguirá recuperar de um dos piores casos de doping da sua história.
«Finalmente, decidiu falar a verdade e assumiu que a UCI [União Ciclista Internacional] não esteve envolvida», disse Artur Lopes em declarações à agência Lusa, em reação à entrevista de Armstrong, na qual o norte-americano admitiu pela primeira vez que dopou durante toda a carreira de ciclista.
O atual vice-presidente da UCI sustentou que a entrevista concedida à apresentadora de televisão Oprah Winfrey, emitida na quinta-feira nos Estados Unidos, «acabou com um mito» criado pelas sete vitórias consecutivas de Armstrong na Volta a França, entre 1999 e 2005.
«O que é pior neste processo é o facto de se tratar de um caso altamente organizado, uma maré negra, mas o ciclismo será capaz de recuperar a este golpe, como já recuperou de tantos e tão fortes, porque é uma modalidade que é amada pelas pessoas», observou.
Artur Lopes lembrou que a UCI «gasta milhões todos os anos na luta contra o doping» e que a razão pela qual o ciclismo é mais afetado é porque «persegue mais os infratores do que qualquer outra modalidade».
Lance Armstrong foi o único ciclista a conseguir vencer sete edições consecutivas do Tour, a principal competição velocipédica do mundo, mas as mesmas foram-lhe retiradas pela União Ciclista Internacional (UCI), na sequência de um inquérito da Agência Antidopagem dos Estados Unidos (USADA).
As conclusões apontavam para o recurso de doping, que sempre negara, ao longo de quase toda a carreira e, por isso, o seu palmarés desde 01 de agosto de 1998 foi “apagado”, sendo que na quinta-feira, o Comité Olímpico Internacional (COI) também exigiu a Lance a devolução do bronze conquistado em 2000.
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