Um ataque na última descida da 113.ª edição da Milão-Sanremo, o primeiro ‘Monumento’ da época de ciclismo de estrada, valeu a vitória ao esloveno Matej Mohoric (Bahrain-Victorious), dois segundos mais rápido do que uma ‘constelação’ de favoritos.

Mohoric, de 27 anos, cumpriu os 293 quilómetros entre Milão e Sanremo em 6:27.49 horas, dois segundos mais rápido do que o francês Anthony Turgis (TotalEnergies), segundo, e do que o neerlandês Mathieu van der Poel (Alpecin-Fenix), terceiro.

A chave do sucesso do antigo campeão do mundo de juniores e sub-23 foi um ataque na descida do Poggio, a pouco mais de quatro quilómetros da meta, contrariando as expectativas antes da prova, que apontavam a subida como decisiva.

Seria antes, no Cipressa, que alguns velocistas ficariam distanciados do grupo principal, no qual aumentava a expectativa para ver outros eslovenos, no caso Tadej Pogacar (UAE Emirates) ou Primoz Roglic (Jumbo-Visma), tentarem sair.

Ambos o fizeram, mais o primeiro do que o segundo, ‘esticando’ o grupo de favoritos e abrindo alguns espaços, mas sem ‘abanar’ o belga Wout van Aert (Jumbo-Visma) ou Van Der Poel, de regresso à competição.

O ataque de Mohoric, campeão de fundo da Eslovénia e com etapas nas três grandes Voltas no palmarés, levou-o a um triunfo por que arriscou tudo, até ‘galgar’ bermas e aproveitar cada centímetro da descida.

Nos últimos 4.000 metros, quase caiu e a corrente saltou já na parte final, mas a ‘Classicissima’ seria mesmo para ele, o ‘outro’ esloveno, primeiro do seu país a ganhar, à frente de Turgis e do ‘sprint’ que deu o último lugar do pódio ao regressado Mathieu van der Poel.

No final, os quatro ataques no Poggio não valeram a Pogacar, que tinha vencido todas as corridas até aqui e hoje foi quinto, com Van Aert no oitavo lugar, num dia marcado pelo bom tempo e vento de feição.

Apesar de ser a primeira clássica do palmarés, Mohoric admitiu que tinha pensado na corrida “o inverno inteiro”.

“Sabia que esta corrida era ao meu jeito e que seria o meu dia. Arrisquei na descida, mas foi o que me permitiu vencer. Seria a única hipótese, desde que não cometesse erros”, resumiu o sucessor do belga Jasper Stuyven.