O ciclista suíço Fabian Cancellara (RadioShack) aproveitou hoje o último "muro" da Volta à Flandres para se desembaraçar do eslovaco Peter Sagan (Cannondale) e vencer pela segunda vez a grande "clássica" belga.

Sem a oposição do belga Tom Boonen (Quick Step), que abandonou na sequência de uma queda (20 km) e perdeu a oportunidade de se tornar o primeiro a vender a "Ronde" quatro vezes, os 256 quilómetros de corrida entre Bruges e Ourdenaarde foram, como se previa, um duelo entre Cancellara e Sagan, que têm manifestado pouca simpatia um pelo outro.

No final, "Spartacus" foi mais forte do que "Terminator". O suíço, vencedor em 2010, chegou isolado e terminou a prova em 6:05.58 horas, ou seja, com 1.26 minutos de vantagem sobre o eslovaco, que bateu com facilidade o belga Jurgen Roelandts na luta pela segunda posição, enquanto o norueguês Alexander Kristoff cruzou a meta em quarto, a encabeçar um primeiro pelotão.

Os dois favoritos desta 97.ª edição desencadearam uma luta feroz nas duas últimas subidas da corrida. Sagan, embalado pelas seis vitórias da época, seguiu a roda de Cancellara na derradeira passagem pelo Kwaremont, onde Roelandts tomara a dianteira, depois de se desagregar uma fuga de sete corredores: Kwiatkowski (Quick-Step), Greipel e Sieberg (Lotto), De Vreese (Topsport Vlaanderen) e Tjallingii (Blanco).

Com o belga alcançado a 16 quilómetros da chegada, Cancellara, vindo do triunfo na "clássica" E3 Erelbeke, "apertou" o andamento nas rampas empedradas do Paterberg, a 13 quilómetros do final, e decidiu a corrida naquele que era o 15.º e último "muro" do dia (20% de inclinação máxima), onde Sagan e Roelandts foram incapazes de responder.

«O objetivo era ganhar. Nunca podemos prever de que forma, mas é fantástico ganhar. Há um ano eu estava de rastos. Nunca é fácil, mas estou muito feliz. Foi uma corrida estranha. Rápida no início. Não havia muitos corredores no final, mas a minha tática foi a correta. Toda a gente esperava que eu atacasse. Tentei fazer a primeira seleção no Kwaremont. Adoro o empedrado e, depois disso, fiz o que tinha de fazer», afirmou.

Sozinho na frente, o helvético, de 32 anos, lançou-se numa cadência forte e regular rumo à chegada para conquistar a sua quinta vitória em grandes "clássicas" e elevar a 83 o número de triunfos do seu currículo, em que constam um título olímpico (2008) e quatro títulos mundiais de contrarrelógio 2006, 2007, 2009 e 2010).

Enquanto decorria a prova, Tom Boonen foi transportado ao hospital e os exames não revelaram fraturas, mas as contusões na anca e numa clavícula devem afastá-lo do próximo grande encontro, marcado para 7 de abril: o Paris-Roubaix.