O massagista da W52-FC Porto Celestino Pinho é uma presença assídua nas metas das corridas velocipédicas nacionais, esperando sempre que o seu ombro sirva para erguer os braços e não para afogar as mágoas.
“Faço tudo por eles, porque gosto do que faço e porque percebo as suas sensações, de alegria ou tristeza. Mas espero sempre festejar”, frisou o atual massagista dos ‘dragões’ e antigo corredor, em declarações à agência Lusa, pouco antes de abraçar o espanhol Gustavo Veloso no final da quarta etapa, no alto da Senhora da Graça, em Mondim de Basto.
Esta foi a sua terceira celebração após a linha de chegada, na área reservada ao apoio aos ciclistas, depois do triunfo de Rafael Reis no prólogo e da conquista da camisola amarela por Rui Vinhas, em Macedo de Cavaleiros, após a terceira etapa.
“É bom quando corre bem, fico contente por eles, porque também é sinal que o trabalho é bem feito, mas quando corre mal também sentimos a tristeza dos corredores. Nesses casos, sou sempre o primeiro ombro que encontram”, explicou.
Um desses casos ocorreu com o espanhol Raul Alarcon, sexto na geral após a quarta etapa, mas que começou a Volta com dificuldades: “Tentei animá-lo, depois acabou melhor uma etapa e veio ter comigo, deu-me um abraço e agradeceu o apoio. Senti que valeu a pena”.
A proximidade com a equipa ‘azul e branca’ é notória e atestada pelo próprio massagista, admitindo que o atual camisola amarela da Volta, Rui Vinhas, deu um “empurrão” para que fosse contratado por Jorge Piedade para a formação de Loulé, em 2010.
“Lido muito com eles, massajo a maior parte deles, faço-lhes a comida, chamam quase sempre por mim quando precisam de alguma coisa”, admitiu o antigo companheiro de corrida de grande parte do pelotão nacional.
Para provar a facilidade do trato e a simplicidade dos corredores da W52-FC Porto, Celestino Pinho revelou a única exigência do vencedor da Volta a Portugal em 2014 e 2015: “Sandes de presunto e duas cervejas no final de cada etapa, mais nada”.
Em troca, o antigo corredor preenche o seu historial. Como massagista, já esteve em três vitórias na Volta a Portugal, as duas de Veloso e a do espanhol Alejandro Marque.
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