A Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) criticou hoje a Câmara de Tavira pela demora na reparação da única ponte pedonal e ciclável sobre a ribeira do Almargem a sul da Estrada Nacional 125, encerrada desde 2017.

A estrutura federativa lamentou que a ponte, que faz parte da ciclovia do Algarve, se mantenha inclinada por um erro estrutural e que a autarquia “nada tenha feito” para solucionar o problema e evitar que os utilizadores sejam desviados para a Estrada Nacional 125 (EN125), com os riscos inerentes à perigosidade dessa via, ou arrisquem uma travessia mesmo pela ponte encerrada.

O presidente da Câmara de Tavira, Jorge Botelho, disse à agência Lusa que não iria responder às críticas da Federação, mas anunciou que o concurso para a substituição da estrutura danificada por uma nova ponte “deverá ser lançado na próxima semana” e que a obra poderá estar concluída antes do verão, com um orçamento de cerca de 200.000 euros e apoiada por fundos comunitários.

“Não tenho nada para comentar. Sei que o concurso da obra é aberto para a semana, podem criticar-me o que quiserem, mas quem gere o município de Tavira é o município de Tavira. Para esses senhores, não há concurso, não há arquitetos, não há engenheiros, não há nada. É fazer a obra e já está. A crítica é livre, mas o concurso vai ser aberto na próxima semana e espero ter a obra pronta, preferencialmente, antes do verão”, afirmou Jorge Botelho.

A Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) apontou casos de turistas e residentes que viajam pela Ecovia do Algarve (caminhos pedonais e cicláveis que atravessam 12 concelhos da região) e, quando chegam à ponte, saltam as vedações e atravessam a estrutura de madeira inclinada, pondo em risco a sua segurança.

“A Câmara mantém aquilo encerrado. Pusemos placas e barras para não passar, a dizer que estava encerrado por falta de segurança. O que sei é que as pessoas continuam a passar, com risco de cair”, disse o autarca.

A federação criticou o presidente da autarquia de Tavira e da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) por ter dito que “tudo se resolveria com brevidade” e ter vindo a “anunciar e adiar prazos” sem haver alterações no terreno.

“Apesar de há mais de 10 anos a autarquia de Tavira ter vindo a ser alertada para a necessidade de solucionar um erro de construção da referida ponte (onde nomeadamente já foram promovidas algumas visitas com autarcas de Tavira), a mesma está ‘encerrada’ desde setembro de 2017 e os turistas e residentes são encaminhados para a EN 125, com todos os riscos inerentes”, advertiu a FPCUB.

A mesma fonte frisou que “existem muitas pessoas, principalmente turistas, que individualmente ou em grupo, optam por ultrapassar as barreiras que a autarquia de Tavira colocou e passam a ponte, colocando em risco a integridade física e levando na memória uma péssima imagem” da região e do país, que têm no setor do turismo uma importante atividade económica”.