Krister Hagen (Coop-Oster Hus) chegou esta sexta-feira, finalmente, à camisola amarela da 34.ª Volta ao Alentejo, graças aos segundos de bonificação amealhados no decurso da terceira etapa, ganha pelo holandês Johim Ariesen (Metec-TKH).

Se houvesse um prémio de combatividade nesta edição da ‘Alentejana’ ele iria parar, sem qualquer dúvida, às mãos de Krister Hagen, que, pelo segundo dia consecutivo, se lançou destemido nas duas primeiras metas volantes do dia para 'roubar' a liderança ao espanhol Enric Mas (Klein Constantia), conquistada por apenas um segundo.

“Hoje tínhamos como objetivo fazer a 'dobradinha'. Eu seguia a bom ritmo, mas, infelizmente, houve uma queda no final da etapa e não consegui concretizar o ‘sprint’. Entrei mal na última curva, a culpa é minha. De qualquer forma, é bom estar na liderança da prova”, reconheceu o norueguês, que não escondeu a sua tristeza por não ter festejado a liderança com o triunfo na terceira etapa.

Sem qualquer contagem de montanha, os 186,6 quilómetros entre Portel e Beja adivinhavam-se propícios à luta pelas bonificações, um propósito cumprido na perfeição pelo corredor de 27 anos da Coop-Oster Hus.

Tal como no dia anterior, o norueguês tentou, à custa dos segundos distribuídos pelos ‘sprints’ intermédios, saltar do terceiro para o primeiro lugar da geral e, cruzadas as duas primeiras metas volantes, a sua missão estava cumprida.

Hagen passou na frente nos ‘pontos quentes’ da Vidigueira e de Serpa e assumiu a liderança virtual da geral, à frente do espanhol Enric Mas (Klein Constantia), por apenas um segundo.

Já depois dos fugitivos Rui Vinhas (W52-FC Porto), Shaun Nick Bester (Sporting-Tavira), Rui Rodrigues (Louletano-Hospital de Loulé), Sean Bennett (USA Cycling), Will Bart(Axeon-Hagens Berman), Benat Txoperena(Euskadi-Murias) e Stef Krul (Metec-TKH) terem sido absorvidos pelo pelotão – saltaram do grupo ao quilómetro 80, chegaram a dispor de 5.20 minutos de vantagem e foram alcançados a cerca de 30 quilómetros da meta -, a chuva desabou sobre a caravana e o empedrado da chegada a Beja tornou-se uma ‘armadilha’.

Uma queda nos últimos três quilómetros desorganizou o já desmembrado pelotão e, na estreita rua Conde da Boavista, toda em paralelo, com uma intrincada combinação de curvas e inclinação, assomou à frente da corrida Johim Ariesen (Metec-TKH), que cruzou o risco branco à frente do colega Tijmen Eising e de Havard Blikra (Coop-OsterHus), completando a tirada em 4:21.35 horas.

Vencedor de duas etapas da ‘Alentejana’ no ano passado, Ariesen revelou grandes aptidões técnicas para vencer a terceira etapa, um feito explicado sucintamente: “Eu sou holandês e os holandeses gostam de chuva.”

“Hoje o vento foi inimigo e contribuiu para a divisão do pelotão no final da etapa. Estávamos cinco na frente da corrida e eu consegui 'sprintar' para a vitória”, resumiu, mostrando vontade de tentar igualar o número de triunfos da edição anterior: “A etapa de amanhã (sábado) não é muito talhada para mim, mas quem sabe a de domingo…”

Sem pernas para acompanhar o holandês, os primeiros da geral individual cortaram a meta três segundos depois, com Hagen a manter a pequena diferença para Mas. Jesus Ezquerra (Sporting-Tavira) subiu ao terceiro lugar, estando a dez segundos da liderança, com Rafael Silva (Efapel) a segurar o estatuto de melhor português, com a quinta posição da geral, a 14.

No sábado, o corredor da Coop-Oster Hus vai tentar ser o primeiro ciclista a subir pela segunda vez ao pódio como camisola amarela da 34.ª Volta ao Alentejo, no final dos 184,7 quilómetros entre Aljustrel e Grândola.