O espanhol Alberto Contador (Tinkoff-Saxo) defendeu hoje que no domingo, quando cortar a linha de meta em Milão, terá conquistado a terceira vitória na Volta a Itália em bicicleta e não a segunda.

“É um sonho ganhar o Giro pela terceira vez. Para mim, esta é a terceira vitória. As pessoas que veem a prova na televisão, aquelas que a acompanham na berma da estrada, os corredores, toda a gente sabe que esta é a terceira”, frisou o espanhol, referindo-se ao triunfo na ‘corsa rosa’ em 2011, que lhe foi retirado ‘a posteriori’ devido a um positivo por clembuterol na Volta a França de 2010.

Pouco antes, no pódio, no final da 20.ª etapa, em Sestriere, o madrileno de 32 anos já tinha erguido três dedos, referentes aos alegados três triunfos no Giro: 2008, 2011 e 2015.

Com a camisola rosa segura, depois de um dia para esquecer, no qual perdeu cerca de dois minutos para os seus mais diretos perseguidores na geral, o italiano Fabio Aru e o espanhol Mikel Landa, ambos da Astana, Contador explicou o motivo do seu desfalecimento.

“Acho que foi um problema de desidratação, mesmo que não tenha estado um calor extremo. Nunca pensei que podia perder a camisola rosa. Analisei a situação e sabia que tinha uma boa hipótese. Se tive medo? Não, diria que é o meu mecanismo de autocontrolo”, indicou, assegurando que as grandes Voltas se ganham nos dias menos bons.

‘El Pistolero’, que assumidamente quer fazer a dobradinha Giro-Tour este ano, confessou que, a partir de hoje, já está a pensar na Volta a França e na recuperação para a prova francesa.

Também Fabio Aru se pronunciou sobre a ‘Grand Boucle’, dizendo que a sua participação é uma questão a analisar com o diretor desportivo Alexander Vinokourov e que a sua mente ainda está na Volta a Itália.

“É incrível, ainda não acredito no que fiz”, disse depois de conquistar a 20.ª etapa, confessando que se sentiu em casa na parte final em Sestriere, onde esteve concentrado em altura para preparar a sua participação no Giro.

Aru destacou ainda o trabalho feito pela Astana na jornada de hoje, garantindo que todos deram tudo para colocar Contador em apuros.

“A equipa foi novamente formidável. Landa fez um belo ataque e, no final, foi grandioso. O Alberto viveu um momento difícil, mas é preciso saber ultrapassar esses momentos e ele sabe fazê-lo”, disse o segundo da geral, ao mesmo tempo que reconhecia que Contador é um campeão e merece triunfo final.

Sobre a relação com Mikel Landa, que perdeu o segundo lugar na sexta-feira ao não responder a um ataque do seu colega, Aru garantiu ser excelente.

“Quando ataquei no Finestre, era para ganhar a etapa, mas desde o carro disseram-me para parar porque lhes passou pela cabeça que [Aru] podia ganhar o Giro e não me restou outra hipótese que acatar as ordens”, reconheceu o espanhol da Astana.

Apesar das palavras de Aru, Landa não teve qualquer problema em assumir que não ficou em melhor posição na geral porque os responsáveis da formação cazaque o mandaram parar em várias ocasiões, de modo a beneficiar o italiano.

“Talvez devêssemos ter experimentado antes para ver que o Alberto não estava bem, mas não nos atrevemos e ganhou o melhor”, concluiu o terceiro da geral.