Tony Martin e Fabian Cancellara disputam na quarta-feira o duelo mais esperado dos Mundiais de ciclismo de Florença, Itália, um contrarrelógio de 56,8 quilómetros, no qual também estarão os portugueses Tiago Machado e Nélson Oliveira.

Imbatível durante toda a época, o alemão viu a sua série de oito triunfos consecutivos, nos oito "cronos" em que participou esta temporada, abruptamente interrompida na Volta a Espanha, quando, frente a frente com Fabian Cancellara, viu o suíço levar-lhe a melhor.

Mais discreto do que em temporadas anteriores, o quatro vezes campeão mundial e campeão olímpico em Pequim2008 traçou um plano para a época, falhou a presença na Volta a França para poder atingir o pico de forma em Florença, onde quer acabar definitivamente com o reinado de Martin, campeão nas últimas duas edições.

Dificilmente nos 56,8 quilómetros entre Montecatini e Florença ciclistas como o britânico Bradley Wiggins, campeão olímpico da especialidade, o norte-americano Taylor Phinney, o australiano Richie Porte ou o polaco Michal Kwiatkowski poderão lutar por outra medalha que não seja o bronze.

Entre os portugueses, o destaque vai para Nelson Oliveira, vice-campeão mundial de contrarrelógio na categoria sub-23 em 2009, que poderá tentar fazer um lugar entre os 15 primeiros, num exercício em que vão participar 79 corredores.

«Trabalhei muito para este contrarrelógio e estou totalmente focado nesta prova. Agora resta-me dar o máximo, com o intuito de levar um bom resultado para Portugal. Preferia um traçado mais acidentado, porque tenho 65 quilos e não o peso de um Fabian Cancellara ou de um Tony Martin, que saem mais beneficiados com um contrarrelógio tão extenso e rolante», confessou.

Para Oliveira, «a fase final é a única com exigência técnica», com os primeiros 50 quilómetros a serem «sempre a rolar».

«E aí o vento poderá ter um papel importante no desfecho da prova», completou.

Já Tiago Machado, mais experiente nos “cronos” dos Mundiais, vai dar o seu melhor.

«Sei que os adversários são muito fortes, mas quero dignificar as cores nacionais. Já tive oportunidade de reconhecer parte do percurso do contrarrelógio, há um topo de início, mas resto é tudo plano. Será igual para todos e tentarei fazer o melhor possível», anteviu.