Os europeus de Munique têm mostrado que o ciclismo de pista já não é, em Portugal, o parente pobre da modalidade, garantindo, até ao momento, o único ouro ao país no evento multidesportos de Munique.
Iúri Leitão sagrou-se novamente campeão da Europa de scratch – já o tinha sido em 2020 -, naquele que foi o grande desempenho luso da especialidade, que contou ainda com dois quartos e outros tantos sextos lugares.
Em termos de popularidade, a variante de estrada dificilmente perderá a primazia no entusiasmo e acompanhamento, mas, nos últimos anos, há um conjunto de ciclistas que têm dado à pista portuguesa relevantes resultados internacionais, com medalhas em europeus e mundiais, nos escalões jovens e em seniores, além da brilhante estreia olímpica, em Tóquio2020.
No scratch de Munique, Iúri Leitão foi ousado, atacou de início e conseguiu duas voltas de avanço, uma vantagem que fez por manter, surpreendendo os favoritos, em marcação cerrada mútua.
No encerramento da pista, na terça-feira, Iúri juntou-se ao estreante Diogo Narciso no exigente Madison, com a dupla lusa a ir à quarta posição, ainda que algo distante no bronze.
Os portugueses estiveram discretos na fase inicial da corrida, porém, pontuaram no 10.º dos 25 sprints a cada 10 voltas (um total de 250, o que perfaz 50 quilómetros) e ganharam os 12.º e 13.º, além de serem uma das quatro equipas a dar volta de avanço, amealhando mais pontos (20).
Diogo Narciso já se tinha mostrado com o sexto lugar na corrida por pontos.
No scratch, Maria Martins, que vinha de um período longo sem competir devido a lesão, e que está mais focada nos mundiais de outubro, ficou muito perto do pódio, contudo, terminaria em quarta.
No omnium, disciplina em que arrancou um meritório sétimo em Tóquio2020, seria somente 11.ª, com a sua atuação a ficar praticamente sentenciada no primeiro dos quatro desafios, quando uma queda a atirou para o 18.º posto.
Recuperou na prova de tempo, subindo a 12.ª, galgou mais um degrau na eliminação (11.ª), sendo a corrida por pontos o seu melhor desempenho, no entanto sem recuperar posições.
Daniela Campos foi outra atleta em destaque, até pela sexta posição na corrida por pontos, resultado que assume especial importância depois de, na véspera, ter sido vítima de um engano, assumido, dos juízes, que a desclassificaram erradamente na perseguição.
Daniel Dias, outro estreante, foi 13.º na prova de eliminação e 14.º na perseguição individual.
O grupo ainda esteve desfalcado na Alemanha de alguns elementos relevantes, como Rui Oliveira, campeão da Europa de scratch em 2021, ou João Matias, prata na eliminação, igualmente na época passada.
A segunda edição dos campeonatos Europeus multidesportos está a decorrer em Munique até 21 de agosto e reúne nove modalidades, estando Portugal representado em sete, nomeadamente atletismo, canoagem, ciclismo, ginástica artística, remo, ténis de mesa e triatlo.
A seleção portuguesa conquistou duas medalhas até ao momento, uma de ouro, através do ciclista Iúri Leitão, que se sagrou campeão europeu de scratch, no ciclismo de pista, e uma de prata, por Auriol Dongmo, no lançamento do peso.
Resultados do ciclismo de pista nos Europeus de Munique:
- Scratch
MEDALHA DE OURO: Iuri Leitão.
4.ª: Maria Martins.
- Madison
4.º: Iúri Leitão e Diogo Narciso.
- Corrida por pontos
6.º: Diogo Narciso.
6.ª: Daniela Campos.
- Eliminação:
13.º: Daniel Dias.
- Perseguição individual:
14.º: Daniel Dias.
- Perseguição:
17.ª: Daniela Campos (eliminada com erro dos juízes).
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