O português Luís Mendonça participa pela primeira vez na Volta a Portugal em bicicleta, aos 30 anos, com as cores da brasileira Funvic Soul Cycles, depois de ter sido ‘barman’ e modelo.
“Ganhava bem na noite e como modelo, mas se calhar não tinha muito futuro, porque tinha de ficar sempre ligado à noite. Exigem jovens, caras bonitas e tinha noção que isso passa rápido”, explicou à agência Lusa.
Luís Mendonça ‘brincou’ ao ciclismo até ao escalão de sub-23, quando iniciou a licenciatura em fisioterapia.
Seguiu-se um afastamento do pelotão até 2015, quando alinhou na formação espanhola amadora Spol-Caixanova, transferindo-se este ano para a Sicasal-Constantinos-UDO.
“Estar na Volta foi um sonho adiado, mas ainda vim a tempo de o concretizar. Não estava à espera porque regressei ao ciclismo há dois anos, depois de uma longa paragem, de cinco anos, enquanto estive a tirar a minha licenciatura em fisioterapia. Enveredei por outras vidas, que nada tinham a ver com o ciclismo, como ‘barman’ e modelo, e agora regressei ao pelotão. Felizmente os resultados têm aparecido”, frisou.
Luís Mendonça equiparou o desgaste provocado pelo trabalho noturno com as pedaladas, realçando o incomparável benefício do ciclismo na sua saúde.
“Acho que o ciclismo é mais cansativo do que servir copos, apesar do desgaste da música alta, do fumo, de beber em excesso e de dormir pouco. Estava, aos poucos, a sentir-me velho rapidamente e, felizmente, o ciclismo rejuvenesceu-me e motivou-me a melhorar todos os dias”, vincou.
O regresso ao pelotão, pela ‘mão’ de uma equipa brasileira, ficou a dever-se a alguns resultados de destaque, como o terceiro lugar no Grande Prémio Abimota.
“Surgiu esta oportunidade e pensei em aproveitar. Se calhar é uma boa chance, melhor do que sonhava há dois anos”, admitiu Luís Mendonça, que, agora, assume o desejo de se manter sempre ligado ao desporto, como fisioterapeuta, profissão que nunca exerceu.
Essa é a sua certeza, porque o próprio corredor hesita em apontar as suas possibilidades.
“Nem eu sei o que se pode esperar, é tudo muito recente. Já não sou nenhum jovem, mas em dois anos consegui fazer muito. Creio que ainda tenho margem, só que cada dia é uma novidade”, rematou.
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