O antigo presidente da Agência Anti-Doping dos Estados Unidos (USADA) Terry Madden disse no sábado que o ex-ciclista Lance Armstrong ofereceu mesmo um “donativo” em 2004 à agência, ao contrário do que afirmou numa entrevista televisiva.

Armstrong negou as alegações do atual presidente da USADA, Travis Tygart, na segunda parte da entrevista com a apresentadora de televisão Oprah Winfrey, divulgada na sexta-feira.

«Este é outro ataque pessoal a Travis Tygart e à USADA», disse Madden, que liderou a USADA entre 2000 e 2007, em declarações ao The New York Daily News.

Tygart disse recentemente, numa entrevista ao programa de televisão “60 Minutes Sports”, que um representante de Armstrong contactou a agência em 2004 e ofereceu um “donativo” de 250 mil dólares (188 mil euros).

«Isso não é verdade», disse Armstrong a Oprah.

Mas Madden, que ainda não tinha comentado publicamente questões relacionadas com doping desde que terminou o seu mandato na USADA, afirmou ao portal ESPN e ao Daily News que se lembra do dia em que Tygart, que era então conselheiro geral da USADA, recebeu a chamada.

«Travis recebeu uma chamada de um dos representantes de Lance, que ofereceu uma contribuição à USADA», disse, sem identificar esse representante.

Madden disse que Tygart lhe contou da chamada e que, «em 30 segundos», disse a Tygart para devolver a mesma e rejeitar a oferta, já que não era apropriada, tendo vindo de uma pessoa que podia ser alvo de testes antidoping da agência.

Armstrong terá também alegadamente oferecido também um “donativo” de seis dígitos à União Internacional de Ciclismo (UCI), considerado como um suborno.

O ex-ciclista norte-americano confessou esta semana pela primeira vez que se dopou, depois de ter negado durante anos estas acusações, que culminaram na retirada dos seus sete títulos na Volta a França entre 1999 e 2005 e no seu afastamento permamente das competições.