A 43ª Volta ao Algarve despojou-se de estrelas e trepadores e preferiu os ciclistas-espetáculo, reunindo um elenco de luxo encabeçado pelos antigos vencedores Tony Martin e Michal Kwiatkowski e pelos principais nomes do ‘sprint’ mundial.
Depois de em 2016 ter ostentado, muito provavelmente, o seu melhor pelotão de sempre, a Volta ao Algarve apresenta-se este ano mais modesta, trocando os grandes cabeças de cartaz – os candidatos ao triunfo nas grandes voltas estão aqui ao lado, na montanhosa Volta à Andaluzia, ou deixaram-se seduzir pelos ‘petrodólares’ da Volta a Omã – pelos combativos do ciclismo mundial.
Faltam Alberto Contador (Trek-Segafredo), Thibaut Pinot (FDJ), Fabio Aru (Astana) e até o bicampeão Geraint Thomas (Sky), mas estão corredores que garantem espetáculo no pelotão internacional, como o alemão Tony Martin (Katusha-Alpecin), vencedor em 2011 e 2013, o polaco Michal Kwiatkowski (Sky), campeão em 2014, o francês Tony Gallopin (Lotto Soudal), o espanhol Luis León Sánchez (Astana), o irlandês Daniel Martin (Quick-Step Floors) ou o britânico Stephen Cummings (Dimension Data).
Com um percurso de 772,8 quilómetros - distribuídos por duas etapas planas, duas de montanha e um contrarrelógio – desenhado a pensar num ciclista completo, a 43.ª ‘Algarvia’ deverá premiar, no domingo, um destes ‘eleitos’, sem esquecer outros ciclistas de qualidade, como o português Tiago Machado (Katusha-Alpecin), que procura, há já vários anos, subir ao lugar mais alto do pódio na prova.
Mas nem só da geral se fará a história desta Volta ao Algarve, que reúne um dos melhores elencos de velocidade do pelotão mundial. Para discutir as duas etapas ao ‘sprint’, marcam presença, a partir de quarta-feira, o britânico Mark Cavendish (Dimension Data), vencedor de 30 etapas no Tour, o consagrado alemão André Greipel (Lotto Soudal), a promessa colombiana Fernando Gaviria (Quick-Step Floors), os eternos rivais franceses Arnaud Démare (FDJ) e Nacer Bouhanni (Cofidis), além do trio de luxo da Trek-Segafredo: o alemão John Degenkolb, o belga Jasper Stuyven e o italiano Giacomo Nizzolo.
À elite do ‘sprint’ junta-se também a ‘realeza’ da luta contra o cronómetro, uma vez que na sexta-feira, em Sagres, os adeptos da modalidade poderão testemunhar o desfile quer do campeão mundial da especialidade, Tony Martin, quer do campeão europeu, o espanhol Jonathan Castroviejo (Movistar).
Além dos detentores dos títulos mundial e continental, a Volta ao Algarve recebe outros especialistas na luta contra o tempo, entre os quais estão sete campeões nacionais de contrarrelógio: o português Nelson Oliveira (Movistar), que foi sétimo nos Jogos Olímpicos do Rio2016, o britânico Alex Dowsett (Movistar), o norueguês Edvald Boasson Hagen, o lituano Ignatas Konovalovas (FDJ), o esloveno Primoz Roglic (Lotto NL-Jumbo), o russo Sergei Chernetckii (Astana) e o norte-americano Taylor Phinney (Cannondale-Drapac).
No pelotão de 25 equipas – 12 das quais do WorldTour - e 200 corredores estão também alguns dos principais ‘emigrantes’ do ciclismo português, com a ‘Algarvia’ a assinalar a estreia em solo nacional de José Gonçalves (Katusha-Alpecin), José Mendes (Bora-Hansgrohe), Nuno Bico (Movistar) e Rúben Guerreiro (Trek-Segafredo) como representantes do primeiro escalão do ciclismo mundial.
O outro nome luso a ter em conta é o do algarvio Amaro Antunes (W52-FC Porto), que, um ano depois de ter sido o melhor português na geral (10.º), quer demonstrar diante dos seus ‘vizinhos’ o excelente estado de forma em que se encontra e que o levou a ser 20.º na Volta a Valência.
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