O britânico Chris Froome (Sky), que lidera a Volta a França em bicicleta, lamentou hoje as insinuações de recurso a substâncias ilícitas, um dia depois de ter conquistado o Mont Ventoux, na 15.ª etapa da prova.
«Honestamente, acho triste, no dia seguinte à maior vitória da minha carreira, sentar-me aqui e falar-se de doping. Eu e os meus colegas de equipa passámos várias semanas longe de casa, a treinar, a matar-nos a trabalhar... e acusam-me de ser um batoteiro e um mentiroso, isso não é nada agradável», afirmou Froome, que lidera a “Grande Boucle” com mais de quatro minutos de vantagem sobre o holandês Bauke Mollema (Belkin) e o espanhol Alberto Contador (Saxo-Tinkoff), segundo e terceiro, respetivamente.
Durante a conferência de imprensa, no segundo dia de descanso do Tour, Froome, que no domingo sentiu-se elogiado por ser comparado a Lance Armstrong, hoje preferiu distinguir-se do norte-americano, que foi desapossado dos sete títulos na corrida gaulesa por recurso a doping.
«Eu nunca disse que me sentia orgulhoso [pela comparação a Armstrong], eu disse que interpretei isso como um elogio, porque ele ganhou estas corridas. Da forma como é dito, comparar-me a Lance... O Lance fez batota, eu não, ponto final», frisou Froome.
Apesar do discurso firme, o rumo da conferência de imprensa prosseguiu pelo mesmo caminho.
«Eu não posso ser mais sincero. Eu sei que trabalhei imenso para chegar ao patamar que cheguei e eu sei que os meus resultados decorrem da minha determinação, tem sido uma verdadeira batalha e tenho o apoio de uma grande equipa. As pessoas podem falar de outras coisas, eu não, eu não sei de nada sobre essas coisas. Simplesmente sei o que fiz e estou orgulhoso», rematou.
Froome lamentou os abandonos do bielorrusso Vasil Kiryienka e do norueguês Edvald Boasson Hagen, seus companheiros de equipa, e reiterou a vontade de preservar a camisola amarela, em detrimento de investir em triunfos nas etapas do Alpe d'Huez e Semnoz, para chegar a um “Grand Slam”, depois das vitórias em Ax-3 Domaines e Mont Ventoux.
«Vamos ver como anda a corrida. Não posso dizer que vou pensar nessas etapas, há muitos corredores que ainda querem ganhar e provar o seu valor. Nós queremos manter a camisola amarela e vamos correr para isso. Não temos como missão ganhar todas as chegadas em alto, porque a camisola amarela está primeiro», sublinhou.
Na mesma conferência de imprensa, o corredor, que em 2012 terminou o Tour em segundo lugar e a Vuelta em quarto, salientou ainda o «enorme orgulho» que tem em representar a Grã-Bretanha, apesar de ter nascido no Quénia e crescido na África do Sul.
«Eu sinto-me 100% britânico. Eu estou extremamente orgulhoso de ser britânico e agradeço imenso as imensas mensagens de apoio que tenho recebido do público britânico», concluiu Froome, que persegue a segunda conquista britânica consecutiva no Tour, depois da vitória do seu colega de equipa Bradley Wiggins, em 2012.
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