O ciclista norte-americano George Hincapie, companheiro de Lance Armstrong na US Postal e um dos principais obreiros das suas sete vitórias na Volta a França, reconheceu hoje ter-se dopado ao longo da sua carreira.
«É extremamente difícil para mim reconhecer hoje que durante parte da minha carreira recorri a substâncias interditas», disse hoje em comunicado Hincapie, que pôs um ponto final na sua carreira este verão.
Recordista de presenças no Tour, com 17, o único corredor a estar ao lado de Armstrong no recorde de sete triunfos na prova francesa confessou que ficou claro, quando se tornou profissional, que “com o recurso generalizado de produtos que favoreciam o rendimento entre os melhores”, não era possível correr ao mais alto nível sem recorrer ao doping.
«Arrependo-me profundamente dessa escolha e apresento as minhas desculpas sinceras à minha família, aos meus amigos e aos meus adeptos», concluiu na nota.
A confissão surgiu no mesmo dia em que a Agencia Antidoping dos Estados Unidos (USADA) acusou Lance Armstrong de dispor do sistema de dopagem "mais sofisticado" da história, ao mesmo tempo que revelou ter depoimentos de 11 antigos companheiros de equipa do texano, Hincapie incluído, que confirmam o recurso sistemático a susbtânicas proibidas.
No início de julho, o diário holandês De Telegraaf revelou que Hincapie e outros três antigos companheiros de Armstrong (Leipheimer, Vande Velde, Zabriskie) tinham acordado com a USADA ser suspensos apenas no final da época em troca de informações contra Lance Armstrong.