A vitória de Geraint Thomas na primeira chegada em alto da Volta a França em bicicleta valeu-lhe hoje o salto para a liderança, à 11.ª etapa, e pode ter deixado a corrida sentenciada a favor da Sky.

O britânico foi o primeiro a completar os 108,5 quilómetros e cruzou a meta em La Rosière com 20 segundos de avanço sobre Tom Dumoulin (Sunweb), o único a resistir à demonstração de força da equipa Sky, que colocou Christopher Froome no terceiro lugar, com o mesmo tempo do holandês, e tomou de assalto as duas primeiras posições da geral.

Vencedor do Critério do Dauphiné, antecâmara da Volta a França com epicentro nos Alpes, Thomas, de 32 anos, somou a sua segunda vitória em etapas no Tour, após uma em 2017, e volta a envergar a camisola amarela depois de ter comandado a corrida no ano passado durante quatro dias, mas promete respeitar a hierarquia interna.

"'Froomey' é claramente o líder. Ele já ganhou seis grandes voltas, enquanto, para mim, uma corrida de três semanas é uma desconhecida [enquanto líder]. O objetivo principal era passar a etapa sem perder tempo. Se houvesse oportunidades, melhor. Eu apanhei uma e corri por instinto. Mas 'Froomey' continua a ser o líder", esclareceu.

Excluindo Dumoulin, os adversários não resistiram às fortes mudanças de ritmo de Thomas e depois de Froome, vencedor de quatro edições do Tour, que se instalou na segunda posição, a 1.25 minutos do novo líder, dando enormes opções à Sky na luta pela vitória final. O holandês, vencedor da Volta a Itália em 2017 e segundo este ano, atrás de Froome, é o rival mais próximo, a 1.44 do camisola amarela.

Nesta segunda etapa nos Alpes, cuja partida foi dada em Albertville, o francês Romain Bardet (AG2R La Mondiale), o colombiano Nairo Quintana (Movistar), o italiano Vincenzo Nibali (Bahrain Merida), o esloveno Primoz Roglic (LottoNL-Jumbo) e o colega holandês Steve Kruijswijk cederam perto de um minuto a Thomas.

Na véspera da chegada ao Alpe d'Huez, Nibali é, deste grupo, o que está mais próximo na geral, ocupando o quarto lugar, a 2.14, enquanto Nairo Quintana é o mais distante, seguindo em nono, a 3.16. O mais bem colocado da Movistar é mesmo o espanhol Mikel Landa, sétimo, a 2.56, já que o seu compatriota Alejandro Valverde deixou o 'top-10' e já está a 4.28.

A equipa espanhola foi a que primeiro passou ao ataque nesta tirada, precisamente através de Valverde, o mais combativo do dia, que atacou quase no final da subida do Col de Pré (categoria especial), a 56 quilómetros da meta, apoiado pelo colega Marc Soler.

Terceiro no Tour em 2015, o murciano teve dois minutos de avanço e ainda chegou a ser acompanhado por Dumoulin, que o alcançou na descida do Cormet de Roselend, mas o grupo dos favoritos, comandado por cinco homens da Sky, limitou a diferença a 45 segundos à entrada da derradeira subida.

O espanhol Mikel Nieve (Mitchelton-Scott), último resistente de uma fuga iniciada bem cedo, foi ultrapassado por Thomas a 300 metros da meta, e acabaria na quinta posição, ainda atrás de Dumoulin, Froome e do italiano Damiano Caruso.

A luta prossegue na quinta-feira, na etapa rainha dos Alpes, a 12.ª, que liga Bourg-Saint-Maurice ao l'Alpe d'Huez, ao longo de 175,5 quilómetros de percurso, que compreende as subidas de Madeleine e Croix-de-Fer, ambas a ‘tocarem’ os 2.000 metros.