O italiano Andrea Vendrame venceu hoje a 12.ª etapa da Volta a Itália em bicicleta, vingando na meta mais uma fuga na 104.ª edição da corrida, num dia em cheio da AG2R Citroën.

Vendrame, de 26 anos, cumpriu os 212 quilómetros entre Siena e Bagno di Romagna em 5:43.48 horas, batendo sobre a meta o australiano Chris Hamilton (DSM), segundo colocado, com o neozelandês George Bennett (Jumbo-Visma) no terceiro lugar, a 15 segundos.

Inicialmente, este posto era do italiano Gianluca Brambilla (Trek-Segafredo), mas o júri considerou que este se desviou da linha ao ‘sprintar’ pelo posto, relegando-o para trás de Bennett, já depois de uma ‘acesa’ troca de acusações entre ambos após a meta.

Na geral, o colombiano Egan Bernal (INEOS) manteve a liderança da prova, com 45 segundos de vantagem para o russo Aleksandr Vlasov (Astana), segundo, e 1.12 para o italiano Damiano Caruso (Bahrain Victorious), terceiro.

Nesta luta particular, o dia ficou marcado por várias quedas que provocaram abandonos e pela ‘aventura’ do italiano Vincenzo Nibali (Trek-Segafredo), que conseguiu ganhar sete segundos aos adversários na descida final.

De resto, e como várias das etapas da primeira metade do Giro, a 12.ª tirada ficou marcada por uma fuga numerosa que fez vingar a sua ‘lei’, com as equipas com candidatos à geral contentes por deixar os fugitivos lutar entre si.

Nesse capítulo, e após muitos ataques e contra-ataques num dia com mais de 4.000 metros de subida acumulados, com quatro pontos de montanha categorizados, foi a AG2R a vencer em dose dupla.

Ao somar, com Vendrame, a primeira vitória em provas WorldTour este ano, no que foi o principal triunfo da carreira do italiano, retirou a pressão de resultados sobre a formação francesa.

Por outro lado, o francês Geoffrey Bouchard continuou a dar-lhes motivos de alegria, ao integrar a fuga para somar pontos de montanha: são já 96, e é cada vez mais líder nesta classificação que, em 2020, foi ganha por Ruben Guerreiro (Education First-Nippo), tendo agora o ‘maglia rosa’ Egan Bernal (48) como o mais próximo perseguidor.

“Tenho treinado muito este ano e concretizei um sonho. Estou muito feliz. Estive a trabalhar para Bouchard e depois, no final, conseguimos que eu pudesse discutir a etapa. Tinha-a apontado”, contou Vendrame, que fez a diferença para os restantes adversários da fuga na descida, ao lado de Hamilton, antes de bater o australiano.

Atrás, o pelotão de favoritos pouco fez para provocar diferenças nos primeiros lugares, com apenas Nibali a destacar-se: o 13.º classificado ficou sete segundos mais próximo do ‘top 10’, aproveitando a descida até à meta, onde consegue quase sempre fazer diferenças.

A aceleração do ‘tubarão de Messina’ teve ainda outro efeito, a queda do italiano Gianni Moscon (INEOS), que se lançou na perseguição em favor do líder Bernal, num dia de ‘azarados’.

Ao todo, foram seis os abandonos no dia, o mais marcante do italiano Alessandro de Marchi (Israel Start-Up Nation), que já tinha vestido a camisola rosa, numa queda, o mesmo motivo que motivou a saída de cena do espanhol Marc Soler, chefe de fila da Movistar de Nelson Oliveira.

O suíço Gino Mäder também desfalcou a Bahrain Victorious, que mesmo com cinco elementos, e já sem o líder Mikel Landa, consegue ter Caruso no terceiro lugar da geral. O italiano Fausto Masnada (Deceuninck-QuickStep) desfalca a formação de João Almeida.

O português foi 33.º na etapa, a 10.14 do vencedor, integrado no grupo dos favoritos, e subiu uma posição na geral, para o 16.º lugar, a 7.04 minutos do vencedor.

Ruben Guerreiro também entrou no ‘top 20’, para o 19.º posto, após chegar no 39.º lugar, enquanto Nelson Oliveira, 72.º na etapa a mais de 15 minutos, subiu ao 27.º da geral.

Na sexta-feira, a 13.ª de 21 etapas liga Ravenna a Verona, ao longo de 198 quilómetros de traçado plano, numa oportunidade para os 'sprinters' discutirem a vitória na tirada.