A habitual dureza da terceira semana e dois contrarrelógios, com mais de 70 quilómetros em solitário, vão marcar a 107.ª edição da Volta a Itália em bicicleta, que começa com uma homenagem à equipa de futebol do ‘Grande Torino’.

No sábado, dia em que arranca o Giro, comemoram-se os 75 anos da tragédia de Superga, que vitimou praticamente toda a equipa do Torino, uma das melhores do mundo na altura, além de dirigentes e jornalistas que estavam no avião.

Assim, a primeira etapa vai ligar Venaria Reale a Turim, com uma passagem por Superga, onde caiu o avião em 1949 - no regresso de Lisboa, onde o ‘Grande Torino’ havia defrontado o Benfica -, numa das três contagens de montanha da tirada inaugural, a última das quais de segunda categoria a pouco mais de 20 quilómetros da meta.

O primeiro dia vai ser uma imagem da Volta a Itália de 2024, em que os puros sprinters vão ter poucas oportunidades para brilharem, sendo que à segunda etapa vai chegar a primeira chegada em alto, no Santuário di Oropa, uma subida de primeira categoria de 11,8 quilómetros.

Após três etapas ‘acidentadas’, nas quais as equipas dos homens rápidos vão ter de trabalhar bastante para assegurar chegadas em bloco, os ciclistas vão enfrentar uma etapa ao estilo da clássica Strade Bianche, com 177 quilómetros entre Viareggio e as termas de Rapolano, nos quais terão de passar por três setores de gravilha.

Segue-se o primeiro contrarrelógio, de 40,6 quilómetros, entre Foligno e Perugia, com a meta a estar instalada numa contagem de montanha de quarta categoria, antes de nova chegada em alto, em Prati di Tivo, uma primeira categoria, após 153 quilómetros de constante sobe e desce.

A chegada a Nápoles no dia seguinte será nova oportunidade para os sprinters, embora o percurso não seja totalmente plano nos 206 quilómetros após a saída de Avezzano, na etapa que antecede o primeiro dia de descanso.

O arranque da segunda semana traz nova chegada em alto, numa curta 10.ª etapa de 141 quilómetros a sair de Pompeia e a terminar em Bocca della Selva, em Cusano Mutri, também de primeira categoria.

A primeira etapa integralmente plana surge à 13.ª jornada, antes do segundo contrarrelógio, também sem dificuldades no percurso de 31,2 quilómetros entre Castiglione delle Stiviere e Desenzano del Garda, que antecede três das mais duras etapas desta edição.

A 15.ª tirada, a mais longa do Giro2024, vai ligar Manerba de Garda a Livigno, com três contagens de montanha de primeira categoria nos últimos 70 quilómetros, uma das quais a coincidir com a meta, da qual os ciclistas ‘vão’ para o segundo dia de descanso,

A segunda etapa seguida com mais de 200 quilómetros (202) vai ter o temível Stelvio, mas ainda na parte inicial da 16.ª tirada, a 150 quilómetros da meta instalada em Santa Cristina Valgardena, uma contagem de segunda categoria, já depois da passagem por uma primeira.

O Passo Brocon, igualmente nos Dolomitas, vai fazer a sua estreia no Giro à 17.ª etapa, com duas passagens, uma das quais na chegada, após 159 quilómetros percorridos.

Os favoritos vão poder ‘descansar’ no dia seguinte, em nova oportunidade para os homens mais rápidos, com a alta a montanha a regressar dois dias depois, embora a 20.ª e penúltima etapa não tenha uma chegada no topo, ‘apenas’ duas contagens de primeira categoria, ambas no Monte Grappa, na segunda parte da tirada.

O último dia, num ‘passeio’ por Roma de 126 quilómetros, vai coroar o sucessor do (ausente) esloveno Primoz Roglic, vencedor em 2023, numa edição em que o português João Almeida conseguiu um histórico terceiro lugar.