A camisola rosa envergada pelo ciclista João Almeida há nove dias impôs a cor como moda na terra natal, a vila de A-dos-Francos, onde é recordado como bom aluno.

O diretor do Colégio Frei Cristóvão descreveu à Lusa o corredor da Deceuninck-QuickStep como “um aluno bastante querido de todos os professores, esforçado, bem-educado”, com um percurso académico, entre o quinto e nono ano, sempre com avaliações positivas.

A memória de José Dionísio permite-lhe mencionar sempre o líder do Giro pelo nome completo - João Pedro Gonçalves Almeida –, que, mesmo com estas boas referências, “gostava mesmo era da bicicleta”.

“Foi um bom aluno na escola e no ciclismo é inigualável”, frisou o responsável do estabelecimento de ensino da localidade do concelho de Caldas da Rainha, com cerca de dois mil habitantes, atestando o “orgulho pelo representante da terra”, pela freguesia e pelo colégio.

O professor Luís Serrano, que assumiu ter “pancada pela bicicleta”, lembra-se de João Almeida como aluno do nono ano, a quem lecionou inglês, mas também como companheiro de pedaladas.

“Então, com 14 ou 15 anos, já se distanciava do grupo”, recordou o docente, reconhecendo ter acompanhado o antigo aluno e dizendo que, à medida que se consolidava no pelotão internacional, “dava para perceber que iria ter uma carreira auspiciosa”.

O auge poderá estar marcado para 25 de outubro, dia do final do Giro, em Milão, mas, até lá, o entusiasmo tem sido notório.

“É estrondoso! O ciclismo não tem a expressão do futebol e o João Almeida, mesmo sendo da terra, estava fora do radar, até porque, ao correr fora, nem participa na Volta a Portugal. Obviamente, já o conheciam por ser daqui, mas sentem-se orgulhosos por ouvir falar em alguém da vila, pelo feito que é”, explicou.

O professor confessou-se ainda orgulhoso pela aprendizagem de João Almeida, reconhecendo que “se nota que a prática do inglês lhe tem feito bem, porque melhorou bastante”.

João Almeida é, segundo Luís Serrano, “o tema do momento” em A-dos-Francos, onde a Junta de Freguesia “fez um trabalho engraçado, ao ‘pintar’ as ruas de cor de rosa” e o entusiasmo é percetível “na escola, na pastelaria, na associação”.

“O cor de rosa é a cor da moda”, rematou.