A ‘maglia rosa’ esteve no pensamento do português Nelson Oliveira (Movistar), que hoje ascendeu a quarto na Volta a Itália em bicicleta, mas a dureza da quarta etapa e a qualidade dos seus companheiros de fuga ‘negaram-lhe’ esse sonho.

Após os duríssimos 187 quilómetros entre Piacenza e Sestola, percorridos em cerca de cinco horas, sob condições atmosféricas adversas, o ciclista da Vilarinho do Bairro (Anadia), de 32 anos, era um homem cansado, mas ainda assim feliz.

“Foi um dia bastante duro. A etapa já era complicada sem chuva e a chuva só a tornou ainda mais difícil”, começou por dizer, em declarações à Lusa.

A ideia de Nelson Oliveira, que foi oitavo na tirada, a 57 segundos do vencedor, o norte-americano Joe Dombrowski (UAE Emirates), “era tentar entrar na fuga, e esse objetivo foi cumprido”.

O português foi um dos 25 ciclistas que fugiram do pelotão nos primeiros quilómetros da tirada e, por seguir no 11.º posto, a 32 segundos, o melhor registo de todos os fugitivos, era o principal candidato a ‘agarrar’ a camisola rosa.

“Estando ali, e sendo o melhor da geral, claro que cheguei a pensar [na camisola rosa], mas havia uns corredores mais fortes do que eu e, na parte final, a corrida fez-se bastante dura e os outros conseguiram distanciar-se na última subida”, recordou à Lusa.

Apesar de o assalto à liderança ter falhado – subiu sete lugares na geral individual e é agora quarto, a 48 segundos do novo camisola rosa, o italiano Alessandro de Marchi (Israel Start-Up Nation) -, o português da Movistar garantiu estar contente.

“Esperava, se calhar, na última subida não ter perdido tanto tempo, agora também sei que isto [a posse da camisola rosa] é passageiro. Esperemos que amanhã [quarta-feira] seja mais tranquilo – assim parece – e depois é chegada em alto”, notou.

Num dia em que João Almeida (Deceuninck-QuickStep), que liderou a ‘corsa rosa’ durante 15 dias no ano passado e que foi quarto na geral final, se afundou na classificação, Oliveira deu novamente mostras de estar a viver um dos melhores momentos da sua carreira, que inclui uma medalha de prata no ‘crono’ dos Jogos Europeus Minsk2019, uma vitória numa etapa da Vuelta2015, quatro títulos nacionais de contrarrelógio em elite ou vários lugares no ‘top 10’ da especialidade em Mundiais.

No pré-Giro, conseguiu o melhor resultado pessoal de sempre em provas por etapas, ao ser segundo na Volta à Comunidade Valenciana e, menos de duas semanas depois, acabou a Volta às Astúrias em nono.