O italiano Vincenzo Nibali (Trek-Segafredo) parte em busca do terceiro triunfo na Volta a Itália em bicicleta, na 103.ª edição que arranca sábado, contra favoritos como os britânicos Geraint Thomas (INEOS) ou Simon Yates (Mitchelton-Scott).

A habitual prova primaveril, a primeira das três ‘grandes Voltas’, a caminho da Volta a França, este ano já terminada, e da Volta a Espanha, que chegará a ‘cruzar-se’ com o ‘Giro’, viu o calendário ‘de pernas para o ar’ após a pandemia de covid-19.

Perdeu-se a partida de Budapeste, na Hungria, e exceto na subida ao Col de l’Izoard, em França, esta é uma ‘corsa rosa’ de traçado totalmente italiano a testar o pelotão que decide enfrentar a sua 103.ª edição.

Sai da Sicília, com temperaturas bem mais altas do que o costume, com o Etna como grande dificuldade antes da partida para o continente, pela costa do Adriático, em 21 etapas das quais três são contrarrelógios, além de subidas, sobretudo depois do ‘crono’ da 14.ª etapa, a testar os favoritos à geral antes de Milão fazer as diferenças finais.

Há o Monte di Ragogna, que tem de ser escalado três vezes, o ‘mítico’ Bondone, e Madonna di Campiglio, num traçado que começa com Piacavallo, logo na 15.ª, antes das principais subidas: na 18.ª tirada, a Laghi di Cancano e já depois do Stelvio, e na 20.ª, com o Izoard.

Até final, e com um contrarrelógio em Milão, que já foi usado em 2012 e 2017, a montanha poderá fazer diferenças suficientes para um trepador ‘aguentar’ a especialidade, mas outros ciclistas, como o britânico Geraint Thomas, podem utilizá-lo para conseguir uma vitória decisiva, à imagem da conquistada pelo esloveno Tadej Pogacar na Volta a França, no contrarrelógio da 20.ª etapa.

Nibali, que venceu a ‘corsa rosa’ em 2013 e 2016, é um dos grandes candidatos a voltar a vestir a ‘maglia rosa’, além de ser o único que já venceu as três grandes Voltas em prova, num ano em que o vencedor de 2019, o equatoriano Richard Carapaz (INEOS), não volta para vestir o dorsal ‘1’.

Thomas, que ficou de fora do Tour, aposta forte em provar à INEOS que devia ter estado na ‘grande Boucle’ e quer aumentar o pecúlio da carreira, após o Tour de 2018, enquanto Yates venceu a ‘Vuelta’ nesse ano de 2018.

O homem da Mitchelton-Scott chega em alta, após a vitória no Tirreno-Adriático, assumindo-se como outro dos grandes candidatos, enquanto o holandês Steven Kruiswijk liderará uma Jumbo-Visma órfã de grandes gregários, todos empregues no ‘esforço’, falhado, de Primoz Roglic no Tour, mas com o único objetivo de colocar o corredor dos Países Baixos no pódio.

Sem o belga Remco Evenepoel, que caiu na Volta à Lombardia, a Deceuninck-Quick Step vira-se para o italiano Fausto Masnada, o britânico James Knox, com o português João Almeida, em estreia nas grandes Voltas, a poder prosseguir a boa época de 2020, a primeira no WorldTour.

Outros favoritos passam pelo dinamarquês Jakob Fuglsang, que chega escudado pelo colombiano Miguel Ángel López, na Astana, enquanto o polaco Rafal Majka (BORA-hansgrohe) também pode lutar pelo pódio.

Se a presença de três contrarrelógios individuais atraiu o recente campeão do mundo, o italiano Filippo Ganna (INEOS), além de outros especialistas, como o seu colega de equipa australiano Rohan Dennis, o alemão Tony Martin (Jumbo-Visma) ou o belga Victor Campenaerts (NTT), os ‘sprints’ também terão vários nomes ‘pesados’.

Do eslovaco Peter Sagan (BORA-hansgrohe), à procura de redenção após um Tour abaixo das expectativas, ao australiano Michael Matthews (Sunweb) ou os velocistas mais puros, como o italiano Elia Viviani (Cofidis) ou o francês Arnaud Démare (Groupama-FDJ), além do sempre perigoso colombiano Fernando Gaviria (UAE Emirates), os dias mais planos não serão menos ‘explosivos’.

A 103.ª edição da Volta a Itália em bicicleta arranca no sábado, com um contrarrelógio em Palermo, terminando em 25 de outubro em Milão, em novo ‘crono’, ao cabo de 21 etapas e um total de 3.497,9 quilómetros.