O ciclista português Rui Oliveira vai estrear-se na Volta a Itália, que arranca na sexta-feira, com uma missão dupla na UAE Emirates, entre apoiar o líder e compatriota João Almeida e trabalhar para os ‘sprints’ do colombiano Fernando Gaviria.
Como ‘équipier’, depois de duas Voltas a Espanha onde, a título individual, chegou ao segundo lugar numa das etapas em 2021, o velocista e ‘craque’ da pista estará dividido entre trabalhar para o compatriota, líder para a geral, e para novas vitórias ao ‘sprint’ de Gaviria.
“Eu tenho não só de estar com o João, mas também com o Fernando e o Max [Richeze, o ‘lançador’ de Gaviria], porque, lá está, já fiz corridas com eles, a ajudá-los ao ‘sprint’, e a função será essa. O principal foco do Giro será mesmo o João, e de certeza que haverá dias que vou ter de abdicar do trabalho de ajuda [aos ‘sprinters’] para estar com o João, essa será sempre a prioridade”, explica, em entrevista à Lusa.
Esta época, abriu com um 24.º posto na Volta à Arábia Saudita, em que Rui Costa, outro português na missão da UAE Emirates em prol de João Almeida, foi terceiro, antes de ‘passar por casa’.
Na Volta ao Algarve, foi quinto no ‘sprint’ inaugural, seguindo daí para uma sucessão de clássicas, sobretudo, na Bélgica, sempre a trabalhar, da Omloop Het Nieuwsblad à Gent-Wevelgem e o ‘Monumento’ Volta à Flandres.
“Depois da Bélgica, tive uma primeira semana praticamente de repousar. Sabia que iria ter de afrontar um estágio e aí sim ia ter de estar bem. [...] Estas últimas três semanas foram muito intensas, deram para apurar a forma. Penso que estou preparado”, refere.
Numa equipa com assumido foco principal em Almeida, e depois em Gaviria, o espaço reduzido para tentar fugas poderá estar delegado nos italianos Diego Ulissi ou Davide Formolo, mais experimentados na ‘corsa rosa’, mas Rui Oliveira não enjeita arriscar, se os líderes estiverem salvaguardados e o percurso lhe assentar mais do que aos colegas mais experientes.
“Nunca digo não a tentar a minha sorte, também tenho as minhas ambições. [...] [Mas] no Giro o principal é fazer bem o meu trabalho, para que o João consiga tentar o pódio. Se conseguir isso, saio do Giro com a cabeça de que fiz tudo bem, e já fico contente”, comenta.
Mas se puder lutar por uma etapa... “Claro que não ficarei chateado”, atira.
Participar no Giro “é sempre um orgulho” e mostra que a equipa confia no ciclista de 25 anos, natural de Vila Nova de Gaia, que este ano ainda terá pela frente os Nacionais de estrada e várias corridas pela Bélgica, Polónia e Dinamarca, além do objetivo de representar a seleção nacional.
Se é mais certa a participação na Taça do Mundo de pista, em julho na Colômbia, e tentar Europeus ou Mundiais da especialidade, também o campeonato continental e mundial na estrada é uma ambição de sempre.
“De resto, tenho o objetivo de tentar vencer uma corrida este ano, seja ela qual seja. Quero superar-me, e quero muito uma vitória, e irei desbloquear o que me falta”, remata.
A Volta a Itália de 2022, a 105.ª edição da prova, começa em Budapeste, em 06 de maio, e termina em Verona, em 29 do mesmo mês, 21 etapas depois.
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