O ciclista irlandês Sam Bennett (Bora-Hansgrohe) venceu hoje a sétima etapa da Volta a Itália, com um ‘sprint’ que deu à Irlanda a primeira vitória na prova desde Stephen Roche em 1987.
Bennett, de 27 anos, cumpriu os 159 quilómetros entre Pizzo e Praia a Mare em 3:45.27 horas, batendo ao ‘sprint’ o italiano Elia Viviani (Quick-Step Floors), vencedor de duas etapas nesta edição, e o também italiano Sacha Modolo (EF Education First – Drapac Cannondale), terceiro.
A primeira vitória da temporada para o velocista é também o primeiro triunfo irlandês no ‘Giro’ desde Stephen Roche, que, em 1987, venceu três etapas e a classificação final, num ano em que conseguiu ainda triunfar na Volta a França e no campeonato do mundo.
“Estou muito feliz. Tentámos muito noutros ‘sprints’, mas nunca conseguimos acertar o ‘timing’. A equipa fez um trabalho fantástico”, disse Bennett no final da etapa, na qual admitiu ter sido “muito difícil acompanhar a roda de Viviani”.
Viviani, que venceu as segunda e terceira etapas ao ‘sprint’ e é o líder destacado da classificação por pontos, partiu primeiro e parecia encaminhar-se para um terceiro triunfo, mas o irlandês, que disse achar “que tinha partido tarde demais”, conseguiu ter mais velocidade de ponta para ganhar vantagem e erguer os braços após a meta.
Num dia destinado aos ‘sprinters’, os primeiros lugares da classificação geral não sofreram alterações, com o britânico Simon Yates a conservar a camisola rosa de líder do ‘Giro’, com 16 segundos de vantagem sobre o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), vencedor em 2017, e 26 segundos sobre o colega de equipa colombiano Esteban Chaves, terceiro.
Com o líder e o terceiro classificado, a Mitchelton-Scott enfrenta um ‘dilema’ sobre quem é o chefe de fila na equipa australiana, mas Yates recusou "colocar etiquetas”, falando apenas de “dois bons ciclistas que querem correr dia após dia”.
A liderança do britânico e as aspirações à vitória final dos principais candidatos vão ser testados no fim de semana, com duas etapas de montanha a prometerem muitos ataques e um aumento nas diferenças de tempo dentro do pelotão, e Yates considerou que “consistência é essencial” para continuar na frente.
“Vão surgir alguns dias difíceis pela frente. Temos de estar prontos, todos os dias, e depois ainda virá o contrarrelógio”, atirou o britânico, perspetivando o ‘crono’ da 16.ª etapa como essencial, até pela presença de vários especialistas, de Dumoulin, campeão do mundo, ao medalhado olímpico Chris Froome (Sky), oitavo à geral.
O britânico procura ser o terceiro ciclista da história a vencer consecutivamente as três ‘grandes’, após as vitórias no Tour e na Vuelta em 2017, um feito apenas conseguido por Eddy Merckx, vencedor no Giro de 1972, no Tour de 1972, na Vuelta de 1973 e no Giro, de novo, em 1973, antes de Bernard Hinault vencer em Itália e França, em 1982, antes de triunfar em Espanha, em 1983.
O português José Gonçalves (Katusha-Alpecin), único corredor luso em prova, cortou a meta em 23.º lugar e manteve hoje o 20.º posto na geral, a 2.06 minutos de Yates.
No sábado, os ciclistas enfrentam nova etapa de montanha, com 209 quilómetros entre Praia a Mare e Montevergine di Mercogliano, com uma chegada em alto a testar os candidatos à vitória final.
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