O russo Dimitrii Strakhov (Lokosphinx) conquistou hoje a terceira edição do Grande Prémio Beiras e Serra da Estrela, após uma terceira etapa encurtada e com um final polémico.

De manhã chegou a confirmação de que o pelotão não subiria à Torre, devido às estradas cortadas devido à neve, com a grande dificuldade do dia a ser colocada nas Penhas Douradas e com a etapa a perder cerca de 20 quilómetros, tendo o final da etapa sido polémico, com César Fonte (W52-FC Porto) a protestar um possível ‘encosto’ de Strakhov.

A difícil chegada à Guarda, numa etapa que começou em Gouveia, acabou por ser ‘madrasta’ para Fonte, que viu Strakhov somar seis segundos de bonificação (quatro na meta e dois numa meta volante) e beneficiar de um corte de dois segundos na chegada, que lhe deram, igualmente por dois segundos, o triunfo final.

Mal chegou, o até ali camisola amarela protestou a classificação final, pedindo que Strakhov fosse penalizado por lhe ter dado “uma cotovelada” e considerando que não tinha existido o tal corte de dois segundos.

Contudo, o colégio de comissários, depois de analisar durante vários minutos as imagens disponíveis, não detetou qualquer irregularidade do russo, que, assim, junta o triunfo no GP Beiras à conquista da Clássica da Arrábida, de duas etapas na Volta ao Alentejo e de uma outra na prova beirã.

Além dos dois segundos sobre Fonte, Strakhov terminou com nove segundos sobre Joni Brandão, grande aposta para esta prova do Sporting-Tavira, equipa que mais atacou ao longo da tirada e que acabou por ser premiada com o triunfo de Mário González na tirada.

O ‘rei’ da montanha desta prova cumpriu os 149,9 quilómetros da etapa em 4:08.19 horas, menos 36 segundos do que o norte-americano Brandon McNulty (Rally Cycling), que pensou ter vencido a prova, e menos 39 do que Strakhov.

“Na subida à Torre, o Frederico [Figueiredo], o [Álvaro] Trueba e o Joni [Brandão] endureceram a corrida e na última subida, a 15 quilómetros da meta, primeiro arrancou o Trueba, depois arranquei eu e felizmente saiu tudo perfeito”, disse Mário González.

Depois de o pelotão ter controlado a corrida até à meta volante de Seia (28,2 quilómetros), os ‘leões’ atacaram na subida para as Penhas Douradas, com Joni Brandão, Frederico Figueiredo e Álvaro Trueba.

Sempre com a W52-FC Porto na frente do pelotão, este grupo esteve sempre relativamente controlado, com diferenças sempre na casa de um minuto, acabando por os fugitivos ser absorvidos pouco depois dos 60 quilómetros.

Sérgio Paulinho (Efapel) foi o seguinte a atacar, juntando-se a ele Josu Zabala (Caja Rural), João Benta (Rádio Popular-Boavista), Alejandro Marque (Sporting-Tavira) e Alexander Evtushenko (Lokosphinx), conseguindo este quinteto uma vantagem a rondar os dois segundos.

Contudo, mais uma vez, os ‘dragões’ anularam a fuga, mas já não conseguiram impedir o ataque final de Mário González, que conseguiu na Guarda a sua primeira vitória como profissional.

Apesar do muito trabalho ao longo da tirada, a W52-FC Porto perdeu a liderança individual, assim como a coletiva, que foi conquistada pela Efapel, por oito segundos.