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A Movistar anunciou hoje o cancelamento do contrato com o vencedor da última Volta a Portugal.
O segundo classificado da última Volta a Portugal em bicicleta, Gustavo Veloso, defendeu esta sexta-feira Alejandro Marque, o vencedor que deu positivo por betametasona, garantindo que o antigo colega da OFM-Quinta da Lixa está inocente.
«Tudo isto me parece um atropelo, algo surrealista», começou por dizer Gustavo Veloso, sentado ao lado de Alejandro Marque numa conferência de imprensa realizada em A Estrada, terra natal do ciclista galego.
Para o vice-campeão da prova rainha do calendário nacional, “Alex” ganhou a Volta «sem batotice».
«Estamos todos com ele», garantiu o ex-colega e grande amigo do espanhol.
Presentes na conferência, que criou grande expectativa na imprensa, estavam também José Barros, diretor desportivo da OFM-Quinta da Lixa, e Delio Fernández, antigo companheiro da formação de Sobrado.
«Acreditamos nas suas palavras, porque estávamos conscientes da sua lesão. Hoje estamos aqui porque queremos dar-lhe o nosso apoio», explicou Fernández.
Marque, que alegou ter autorização médica para utilizar betametasona, a substância que foi detetada num controlo antidoping realizado durante a Volta, confessou estar a viver um pesadelo.
«Se um futebolista ou um piloto de motos compete infiltrado é um herói e a mim estão-me a tratar como um vilão», disse o vencedor da Volta 2013.
O jornal espanhol El Pais noticiou hoje que Marque, de 32 anos, teve um controlo antidoping positivo durante a 75.ª edição de 2013 da maior prova do calendário nacional, acusando o recurso ao esteroide betametasona.
«Durante o percurso da última etapa a dor era tal que quase me vi obrigado a sair da bicicleta (existem imagens que demonstram isso). Após o fim da Volta, demorei 10 dias a voltar a sair e a pedalar um pouco e, durante esse período, os meus amigos até brincavam com a minha lesão», referiu “Alex” em comunicado, reconhecendo que «até há pouco tempo»esteve a cumprir tratamento à mesma.
Contactado pela Lusa, o diretor desportivo da OFM-Quinta da Lixa, José Barros, assegurou que Marque tinha uma prescrição médica para recorrer à substância, para debelar uma lesão no joelho.
O Código Mundial Antidopagem pune este tipo de infrações com dois anos de suspensão e, nesse caso, Marque incorre na perda do título conquistado em agosto, que, caso se confirme, deverá ser atribuído ao também galego Gustavo Veloso, igualmente da OFM-Quinta da Lixa.
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