O norte-americano Chris Horner continua a surpreender na Volta a Espanha em bicicleta e hoje recuperou a camisola vermelha com uma espetacular vitória, em solitário, no Alto de Hazallanas, na Serra Nevada.
O ataque, forte e determinado, foi já na escalada final, de categoria especial, quando o anterior líder, o espanhol Daniel Moreno (Katusha), já estava descolado do grupo da frente, e os outros favoritos tardaram a reagir.
Já vencedor da terceira etapa (e camisola vermelha), Horner "repete a dose" na 10.ª etapa, 186,8 quilómetros entre Torredelcampo e Alto de Hazallanas, a mais difícil tirada da primeira metade da Vuelta - sobretudo pelos quilómetros finais, com inclinação média de 12 por cento e rampas de 18.
O "superveterano", nascido no Japão há 42 anos, não para de surpreender nas estradas espanholas e aponta claramente para a sua melhor classificação numa grande volta - superando um nono lugar no Tour.
A quatro quilómetros da meta, Horner foi-se embora, sem reação dos "VIP" da prova. Apenas o italiano Vincenzo Nibali (Astana), um pouco mais à frente, fez por reagir, perdendo ainda assim 48 segundos para o norte-americano.
Mais atrás, os espanhóis Alejandro Valverde (Movistar), Joaquim Rodríguez (Katusha), o francês Thibaut Pinot (FdJ) e o italiano Ivan Basso (Cannondale) limitavam os estragos e perdiam 1.02.
O "show" de Horner, aliado às bonificações, dão-lhe a liderança geral já com 43 segundos sobre Nibali, 53 sobre o irlandês Nicolas Roche (Saxo Tinkoff), 1.02 minutos sobre Valverde e 1.40 sobre Rodriguez.
Moreno perdeu mais de dois minutos e é sexto, a 2.04, imediatamente à frente de Basso (2.20).
Os dois portugueses em competição, José Mendes (NetApp) e André Cardoso (Caja Rural), estiveram em plano razoável na etapa, não perdendo muitos minutos para os primeiros, nas difíceis escaladas andaluzas.
Mendes entrou em 19.º, a 3.07 de Horner, e Cardoso em 23.º, a 3.45. Na geral, Mendes subiu sete lugares, para 25.º (a 7.45), e Cardoso oito, para 30.º (a 11.06).
Na terça-feira, a caravana terá o primeiro dia de descanso e desloca-se para o norte do país, enfrentando na quarta-feira, na 11.ª etapa, um contrarrelógio de 38,8 quilómetros em Tarazona, na província de Saragoça. Sem fugir à tendência desta Vuelta, o “crono” terá uma contagem de montanha de terceira categoria.
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