O ciclista português Iúri Leitão estampou a autoridade no scratch com um terceiro título europeu, conseguido hoje no Campeonato da Europa em Apeldoorn, com Maria Martins em bom plano com o oitavo lugar no omnium.
O ciclista luso, de 25 anos, terminou a prova em 16.40 minutos, a uma média de 54 quilómetros por hora, e teve um arranque determinante a nove voltas do fim para selar o título.
A movimentação decisiva, na reta final das 60 voltas (15 quilómetros) da prova, deixou o pelotão com poucas hipóteses de chegar ao título europeu, dada a intensidade que o português conseguiu manter na frente da corrida para assegurar o resultado.
O pelotão impediu-o de ‘dobrar’ uma segunda vez o grupo principal, reagindo já à entrada para as últimas seis voltas, mas não conseguiu ameaçar uma inédita terceira conquista do scratch em campeonatos da Europa.
Leitão, natural de Viana do Castelo, bateu o austríaco Tim Wafler, segundo após retificação dos comissários da classificação, e o dinamarquês Tobias Hansen, terceiro, para dar a Portugal a primeira medalha nesta edição dos Europeus.
O atual campeão do mundo de omnium, uma disciplina olímpica, soma este título europeu aos já conquistados, na mesma disciplina, em 2020 e 2022, conquistando a sétima medalha em campeonatos da Europa.
Em 2021, Rui Oliveira foi o campeão da Europa desta disciplina, mas Leitão é, a partir de hoje, o único tricampeão europeu de scratch, acima dos dois ouros do espanhol Sebastian Mora.
É uma disciplina favorável a Portugal – Maria Martins foi campeã da Europa em Grenchen2023, na prova feminina, que hoje confirmou o estatuto de Leitão como ‘pistard’ em ascensão na cena mundial.
Vice-campeão mundial de eliminação em 2021, o título mundial em 2023 no omnium, logo a prova mais importante da pista, chamou a atenção do corredor que, na estrada, compete pela espanhola Caja Rural-Seguros RGA.
Em ano olímpico, novo ouro reforça a ambição de estar em Paris2024 para o vianense, que, em outubro, defenderá a camisola ‘arco íris’ nos Mundiais Ballerup2024, na Dinamarca.
Na última prova do dia, Maria Martins, a única ciclista portuguesa a participar nuns Jogos Olímpicos na pista, em Tóquio2020, deu novo passo para repetir a presença, desta feita em Paris2024, com um oitavo lugar no omnium.
O concurso olímpico, de quatro provas, foi de gestão e controlo das principais adversárias pelo apuramento, tendo ‘Tata’, bronze mundial nesta prova em 2022, entrado com um 14.º posto no scratch, seguido de um sexto lugar no tempo.
A prova de eliminação, em que costuma ter resultados acima da média, granjeou-lhe um sexto lugar, permitindo-lhe entrar em 10.º lugar na última corrida, a de pontos, com 74 pontos, a 24 do pódio nessa altura.
Nesta corrida decisiva, foi a oitava melhor corredora, tendo estado muito ativa e somado precisamente 24 pontos ao longo da prova. Fez melhor do que quase todas as adversárias diretas no apuramento para Paris2024, tirando duas ciclistas, uma delas a polaca Daria Pikulik, quinta.
A principal exceção foi a norueguesa Anita Stenberg, que se sagrou campeã da Europa com 142 pontos, contra 136 da britânica Neah Evans, segunda, e 131 da francesa Valentine Fortin, que ‘roubou’ o pódio à irlandesa Lara Gillespie por um ponto apenas, e no sprint final.
Ao início da tarde em Apeldoorn, Rodrigo Caixas foi 15.º na qualificação da perseguição individual, com um tempo de 4.22,735 minutos, numa disciplina conquistada pelo britânico Dan Bigham.
No sábado, Portugal terá em ação Daniela Campos, nos pontos, e ‘Tata’ Martins na eliminação, de que foi bronze nos Europeus de 2020, com Rui Oliveira em ação no omnium.
Comentários