O ciclista português João Almeida (UAE Emirates) disse hoje que o plano que o levou a vencer a quarta etapa da Volta ao País Basco e assumir a liderança da classificação geral correu “na perfeição”.

“Têm sido dias difíceis, mas estamos felizes por vencer. O plano era dar o meu melhor na última subida e tentar isolar-me. Correu na perfeição”, revelou, pouco depois de cruzar a meta em primeiro.

Almeida, de 26 anos, completou os 169,6 quilómetros entre Beasain e Markina-Xemein, num dia com sete contagens de montanha, em 3:52.39 horas, numa etapa em que chegou isolado à meta, com 28 segundos de vantagem sobre o mexicano Isaac Del Toro, seu colega de equipa, e o alemão Maximilian Schachmann (Soudal Quick-Step), segundo e terceiro classificados, respetivamente.

Na classificação geral, o português, que atacou a 13 quilómetros da meta, vestiu a camisola amarela, com 30 segundos de vantagem sobre Schachmann, anterior líder, e 38 face ao também germânico Florian Lipowitz (Red Bull-BORA-hansgrohe).

“Estou muito contente. A verdade é que não me sentia muito bem hoje, não tinha as melhores pernas, mas dei tudo o que tinha. Consegui o primeiro lugar, estou muito contente, agradecer à equipa pelo trabalho efetuado, que foi perfeito”, disse João Almeida.

O ciclista luso passou para a frente do grupo na última subida do dia, de primeira categoria e quando faltavam cerca de 13 quilómetros para a chegada, tendo colocado um ritmo forte, que ninguém conseguiu acompanhar, e chegado ao topo com 26 segundos de avanço sobre o grupo perseguidor.

Almeida conseguiu manter a vantagem na descida de Izua, superado um 'muro' de 3.500 metros a 10,6% de pendente média de inclinação, assegurando o triunfo, com Del Toro ainda a fechar a 'dobradinha' da UAE Emirates, agora bem posicionada para que Almeida suceda a Juan Ayuso na lista de vencedores da 'Itzulia'.

“Na parte final estava bem, não estava ‘super’, porque acho que todos estavam cansados do dia anterior, mas foi o suficiente. Os próximos dois dias vão ser duros. Agora é desfrutar da vitória e depois pensar nos próximos dias”, salientou o português, que também lidera a classificação por pontos.

Depois de um erro tático e de posicionamento o ter feito ceder quatro segundos para Schachmann na quarta-feira, o português das Caldas da Rainha respondeu hoje da melhor forma com uma exibição de elite que o comprova como um dos trepadores mundiais em melhor nível, além de uma agressividade pouco vista em outros anos.

Almeida chega às 15 vitórias como profissional na carreira, a segunda em 2025, depois de ter erguido os braços também no Paris-Nice, e posiciona-se como principal favorito a vencer o que seria a maior prova por etapas do palmarés, que conta já com triunfos na Volta a Polónia (2021) e Volta ao Luxemburgo (2021), numa época em que tem como objetivos principais a Volta a França e a Volta a Espanha.

O outro português em prova, Nelson Oliveira (Movistar), foi 59.º na etapa, seguindo agora no 32.º posto da geral, a 7.33 minutos do compatriota.

Na sexta-feira cumpre-se a quinta e penúltima etapa, com uma ligação de 172,3 quilómetros entre Urduña e Gernika-Lumo, com quatro contagens de terceira categoria, perfil ondulante que é repetido sábado na sexta tirada, com partida e chegada em Eibar - essa conta com três subidas de primeira categoria, uma de segunda e três de terceira.