Joaquim Silva confessou hoje à Lusa que nunca perdeu a esperança de dar o salto para o pelotão internacional, assumindo que o contrato com a equipa espanhola Caja Rural representa a concretização de um sonho.

“É a concretização de um sonho. Era um objetivo que eu tinha definido já há alguns anos e, agora, finalmente consegui”, começou por dizer, evidentemente feliz, à agência Lusa.

Aos 25 anos, e após três temporadas como gregário omnipresente e destacado nas variantes da W52-FC Porto, Joaquim Silva congratula-se por ter conseguido dar o salto a desempenhar o papel de trabalhador, reconhecendo que nunca perdeu a esperança de ir para o pelotão internacional.

“Claro que há alguns momentos em que se perde tudo. Pensa-se que nunca mais se vai conseguir dar o salto, mas felizmente as coisas correram pelo melhor”, completou.

O corredor de Penafiel acredita que ter seguido à letra o conselho de um amigo, que lhe repetiu o mote “Tudo o que faças, faz bem, e faz para marcar a diferença”, lhe valeu o lugar na única equipa espanhola do escalão profissional continental.

“Penso que aquilo que também me ajudou foi fazer a Volta a Castela e Leão e a Volta às Astúrias, que eram duas corridas importantes, nas quais acabei no ‘top-10’. E depois também o currículo que eu tinha anteriormente. Tudo isso somado ao desempenho desta temporada, na qual estive bastante bem, e ao trabalho na Volta a Portugal…”, enumerou.

Com o contrato com a Caja Rural, ‘Quim’, como é conhecido no pelotão, deixou definitivamente para trás os maus momentos vividos no final da época de 2014, quando viu os seus contemporâneos sub-23, incluindo o seu companheiro de seleção Ruben Guerreiro, assinarem por equipas grandes, enquanto ele era obrigado a conformar-se com a subida a profissional em Portugal.

“Via que muita gente, como por exemplo os 20, 25 primeiros da Volta a França do futuro, tinha contrato com equipas continentais profissionais ou do WorldTour… quando cheguei ao fim do ano e não consegui dar o salto, claro que fiquei um bocado desiludido, mas também acho que depois, ao ingressar na W52, continuei a fazer aquilo que tinha feito até àquele ano: ir corrida a corrida, ano a ano, tentar evoluir o máximo possível e fazer com que esse sonho fosse sempre uma possibilidade, nem que demorasse mais dois, três ou quatro anos. Até ser mais velho ia sempre tentar manter esse objetivo na minha mente, porque também é uma maneira de nos motivarmos”, revelou.

Oitavo classificado na Volta a França do futuro em 2014, segundo na Volta a Portugal do futuro e 16.º na prova de fundo dos Mundiais de Ponferrada2014, Silva viu o sonho escapar-lhe sem perceber porquê.

“Realmente, não sei. Nos anos anteriores nunca tinha ido à seleção. Nesse ano, fiz apenas o Campeonato da Europa, a Volta a França do futuro, depois o Mundial. Isso, se calhar, colocou algumas dúvidas, porque, quer queiramos quer não, muitas das corridas amadoras daqui não têm a visibilidade destas internacionais. O não trazer currículo de trás pela seleção e também experiência foi o que fez a diferença para haver esse empurrão”, avaliou o ainda ciclista ‘dragão’.

Questionado sobre uma eventual estreia numa grande Volta no próximo ano, o corredor português preferiu ser prudente, assumindo que não gosta de pensar muito adiante.

“Sei que a Caja Rural é uma equipa que tem muitos bons ciclistas, certamente que a maior parte ou todos eles têm esse desejo de ir à Vuelta. Eu penso dia a dia. Quero desfrutar o máximo desta aventura e, claro que será sempre para mim um objetivo fazer uma grande Volta”, disse, enaltecendo a ajuda que vai receber de Rafael Reis, o amigo português que vai reencontrar na equipa espanhola.

Consumado o seu maior sonho, Joaquim Silva mantém o otimismo, esperando agora que não haja impossíveis e que possa, mais cedo ou mais tarde, chegar ao WorldTour.

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