O processo por dopagem que envolve 28 pessoas, essencialmente ligados à equipa Lampre-Merida, incluindo os ciclistas Damiano Cunego e Alessandro Ballan, começou esta terça-feira a ser julgado em Mântua, Itália.
Na primeira sessão foi fixado o calendário das audiências das 250 testemunhas, com a AFP a avançar que o processo arrisca-se a não estar concluído antes do prazo de prescrição, ou seja, de 2017.
De acordo com o inquérito levantado em 2008 pelas autoridades policiais de Brescia, em 2008, os 28 arguidos estão acusados de constituírem um «grupo organizado» de transação, administração ou, pelo menos, favorecimento de utilização de produtos dopantes «não justificados medicamente» a fim de melhorar a prestação dos corredores da Lampre.
O antigo dono da Lampre, atualmente equipa do português Rui Costa, campeão do mundo de ciclismo, é um dos acusados, assim como os diretores desportivos Maurizio Piovani e Fabrizio Bontempi.
O farmacêutico Guido Nigrelli é apontado como o cérebro do tráfico de produtos dopantes, juntamente com o médico Fiorenzo Egeo Bonazzi, com ambos a serem responsabilizados por ajudar os elementos da formação italiana a doparem-se com substâncias como EPO, anabolizantes, hormonas de crescimento e testosterona.
Entre os 18 ciclistas implicados no processo destacam-se os nomes de Alessandro Ballan, campeão do mundo em 2008, e de Damiano Cunego, vencedor da Volta a Itália em 2004.
A Lampre-Merida assegurou hoje, em comunicado, confiar nas instituições e destacou a sua satisfação por receber a licença ProTour, que representa uma «recompensa pelos esforços» da equipa.
À margem da justiça penal, o Comité Olímpico italiano (Coni) deve pronunciar-se a 16 de janeiro sobre três casos referentes a este processo.
O tribunal do desporto pediu dois anos de suspensão para Ballan, a irradiação de Guido Nigrelli e sete anos de inabilitação para Fiorenzo Egeo Bonazzi.